Entrevista publicada originalmente em 9 de maio de 2011.


Quem nunca sonhou em se tornar cantor do tema de abertura do seu animê favorito? Com dedicação, esforço e talento, um jovem que cresceu assistindo animações japonesas e lendo quadrinhos conseguiu essa realização com bastante louvor. Tanto que hoje é apontado como um dos melhores cantores de animesongs tupiniquins que já surgiram.

Para saber mais sobre a voz da abertura de Dragon Ball Kai e Os Cavaleiros do Zodíaco: The Lost Canvas, entrevistamos Rodrigo Rossi em um bate papo descontraído que você confere a partir de agora!


Até pouco tempo atrás, poucos fãs de animê conheciam Rodrigo Rossi. Fale-nos um pouco sobre quem é esse cara, antes da fama.
Eu sou apenas um fã de animês como outro qualquer, que cresceu assistindo as séries na TV e por acaso me tornei músico, o que me permitiu trabalhar com os meus animes do coração anos mais tarde. Tenho certeza de que a minha geração produziu atores que dentro em breve vão estar dublando a próxima fase das séries que cresceram assistindo também! E não acho que eu seja um cara famoso… mas com certeza ganhei vários amigos depois que comecei a trabalhar com animes, e claro que reconhecimento pelo trabalho é sempre positivo, pois tudo foi feito e conquistado através de muito esforço e dedicação. Não há motivo para mudar.

 

A partir de quando você passou a curtir animês? Quais os seus favoritos?
A partir do momento em que coloquei os olhos em Cavaleiros do Zodíaco. Me lembro de assistir aos tokusatsus que a Manchete exibia e um belo dia ‘Cavaleiros‘ foi ao ar e tudo mudou pra mim. Então é seguro dizer que é uma das minhas favoritas. Mas várias outras foram marcantes também, como Yu Yu Hakusho, Shurato e mais recentemente Death Note, que eu demorei bastante para assistir porque não havia dominado muito esse formato de distribuição das séries online. Aliás, essa série tem uma trilha sonora animal. Até já andei brincando com uma ou duas músicas por aqui… hehehe :P

E quanto a quadrinhos? Tem alguma coleção ou acompanha algum regularmente?
Sim. Sou viciado e admito sem a menor vergonha. A Marvel Comics sempre foi minha grande paixão. Eu fui assinante dos pacotes da Abril e da Panini durante muitos anos até não ter mais espaço físico em casa pra guardar tanta coisa. Mas é tão sagrado pra mim quanto ‘Cavaleiros‘, tanto que me rendeu algumas tatuagens também. Infelizmente não tenho mais como guardar quadrinhos em casa, estou tentando me acostumar com o formato digital também.

 

E desde quando você se interessa pelo universo das animesongs?
Acho que desde que vi animes pela primeira vez. Musicalmente falando é uma linguagem própria, uma estética única que os japoneses criaram e é muito característico, muito energético e eu realmente me identifico com isso porque é bem próximo de algumas das minhas bandas favoritas. Eu aprendi muito desde que comecei a estudar um pouco mais esse universo. Acho que essa influência vai ficar óbvia quando as pessoas escutarem meu material recente. Claro que isso se tornou mais evidente pra mim depois que ‘Cavaleiros‘ aconteceu na minha vida. Enfim, é um universo muito rico e eu sinto que ainda estou conhecendo a ponta do iceberg.

Há algum cantor ou banda nipônica da qual você seja fã?
Sim, vários. Na minha humilde opinião o melhor deles é o Masaaki Endoh, seguido pelo Hironobu Kageyama. Os fãs conhecem o trabalho dos dois bem melhor do que eu e sabem do que eu estou falando. Algumas bandas como o X-Japan e o Loudness são conhecidos de longa data também. Acho basicamente todo o line-up do JAM Project algo fora do normal, especialmente o Ricardo Cruz (acho que dá pra contar ele como cantor nipônico, certo?), que está no mesmo palco que os caras sem perder o brilho em momento nenhum.

 

No tocante às animesongs produzidas no Brasil, quais as suas favoritas?
Gosto das trilhas de ‘Cavaleiros‘ e Dragon Ball porque as músicas em si são muito boas mas confesso que algumas delas não renderam adaptações 100% pra mim, poderiam ter sido melhores. Eu tenho tocado quase todas elas nos shows, então realmente eu amo essas músicas e amo cantá-las. Yu Yu Hakusho é outra série que teve uma trilha fantástica, mesmo com uma música ou outra não sendo grande coisa nos originais, o pessoal que adaptou tornou elas muito mais interessantes, na minha humilde opinião.

 

Na sua opinião, porquê até hoje nenhum trabalho do gênero emplacou pra valer, rendendo CDs ou singles?
Acho que o brasileiro é um pouco viciado em certos sentidos. A internet faz com que o público tenha acesso muito fácil ao material Japonês, que é produzido e tratado profissionalmente, enquanto que quase todas as versões brasileiras foram feitas às pressas em locais inapropriados para produção fonográfica. E pouca gente consegue enxergar isso. Tirando o fato de que existe aquele ”senso comum” de que tudo o que é gringo é melhor. E se não há público para consumir o produto, não há interesse da indústria em lançá-lo.

Eu mesmo em 2010 idealizei um projeto que envolvia animesongs e apresentei a algumas pessoas. É difícil, quem manda é o público. Esse projeto está na minha gaveta, quem sabe um dia ele não ande para frente? Enfim, adicione isso à morte do formato físico do CD e à predominância do mp3… Então acho que “Reino de Atena” e “Laços de Flor” são distribuídas pela Focus/FlashStar em DVD, “Dragonsoul” e “Yeah!Break!Care!Break!” são exibidas diariamente pelo Cartoon Network  e se você quiser a música em mp3 o JBox disponibiliza para você, ou o CavZodiaco, no caso de Cavaleiros. Poderíamos ter mais? Sim. Poderíamos ter mais versões full? Com certeza. É um sonho meu. Quem sabe um dia… rs.

 

Conhece algum cantor de animesong tupiniquim pessoalmente?
Alguns. Tive o prazer e a honra de dividir o palco com a Larissa Tassi várias vezes no ano passado, e acho que ela é a voz dos animes no Brasil. É sempre um aprendizado pra mim e graças a Dio o público gostou de nos ver juntos no palco. Já toquei com o Edu Falaschi algumas vezes também, mas faz tempo que não nos falamos. Inclusive em janeiro passado chegamos a tocar no mesmo evento, mas em dias diferentes, então acabamos não nos encontrando. Acho o Edu um exemplo de carreira e desejo tudo de melhor pra ele e pra toda a sua família. Espero que qualquer dia a gente se esbarre por aí pra colocar o papo em dia.

E conheci por último o Ricardo Cruz, em julho do ano passado. Acho esse cara fantástico, me identifico muito com o trabalho dele e acho um exemplo de determinação. Nunca tocamos juntos, e isso é uma coisa que eu ainda gostaria muito de fazer. Sinceramente me enche de orgulho ver o cara chegar tão longe fazendo um trabalho tão bom. Ele não deve nada a nenhum dos outros cantores do JAM, e sinceramente acho que ele ofusca alguns.

No mais, nessas viagens por eventos pelo Brasil eu conheci muitas vozes interessantes, músicos extremamente competentes que só precisam de uma oportunidade, como por exemplo a banda Tatsu, que inclusive deveria ter entrado na trilha de Dragon Ball Kai com uma versão que eu escrevi e eles gravaram, mas não sei porque acho que a música não entrou no episódio. Vale a pena conferir a música “Além do Céu“, versão para “Over the Star“. Acho que está no YouTube [link abaixo]. Eles são só um exemplo de profissionais que estão batalhando pelo seu espaço no mercado. Têm todo o meu respeito e admiração.

 

E como surgiu a oportunidade de gravar a versão brasileira da abertura de Saint Seiya: The Lost Canvas?
Surgiu de uma brincadeira. Gravei umas demos com uns amigos meus por diversão, e eles me encorajaram a tentar levar esse material até alguns estúdios de dublagem. Depois de não obter feedback nenhum, eles colocaram uma dessas faixas na internet, e era uma música de ‘Cavaleiros‘. A resposta foi ótima e isso foi na mesma época em que desmentiam uma suposta exibição da versão brasileira de “Reino de Atena” lá no Japão, dizendo que a música ainda não havia sido gravada. Quando fiquei sabendo disso, entrei em contato com a produção e eles gostaram. Acabou acontecendo de verdade.

 

O quanto esse trabalho colaborou na sua carreira?
É claro que chamou a atenção pra mim e eu saí do estúdio bem mais pra participar dos eventos. Meu trabalho chegou nos fãs de anime e eu fiz vários amigos pelo Brasil todo até as fronteiras vizinhas! Eu não poderia pedir mais. Sou imensamente grato pelos animes terem acontecido na minha vida. Eu precisei diminuir um pouco o ritmo dos eventos pra poder andar pra frente com algumas outras coisas, mas continuo agendado em alguns até o fim do ano.

Saint Seiya: The Lost Canvas | (c) 2009 TMS

Quais as maiores dificuldades no processo de produção musical de uma versão brasileira?
Acho que a maior dificuldade é encontrar o meio termo entre o que você acredita que seja a melhor solução para aquela música e o que você sabe que os fãs esperam. Como eu disse antes, hoje em dia eles têm acesso ao material original bem mais fácil, e alguns inclusive são músicos e serão críticos (às vezes até demais) com o seu trabalho. Então certas coisas são básicas: as notas, as melodias, as sílabas tônicas, etc. Como eu não falo nada de japonês, a versão original é um ótimo guia pra mim. A tradução da letra é que por vezes é mais complicado porque a tradução literal não faz sentido absolutamente nenhum na nossa língua, assim como a maneira de os japoneses abordarem certos temas é diferente da nossa. Então devemos ter o cuidado de tentar não fazer nada muito complexo, a ponto de o público não conseguir absorver, nem muito bobo, a ponto de você se sentir cantando uma música da Xuxa para os “baixinhos”.

Existe um equilíbrio aí, e eu o vejo da seguinte forma: a letra original traz uma mensagem. Essa mensagem deve ser traduzida. Então vai além das palavras que estão ali, você está atrás do que o japonês quis dizer. Raramente eu adiciono alguma coisa que não estava presente na trilha original. Não me sinto à vontade fazendo isso, porque não é um trabalho meu. Isso deve ser usado como último recurso. E existem vezes em que te mandam seguir determinada diretriz ou versão que não a japonesa. Nesse caso se traduz a tradução. Algo se perde nesse ”telefone sem fio”, mas acho que ainda assim um pouco de tato e uma equipe próxima e razoável vão resolver o seu problema. Claro, conhecer as séries me ajudou muito.

 

Acha que as empresas que trabalham com animês não se preocupam muito com essa parte musical? Acredita que o êxito no seu trabalho possa estar mudando isso?
Como eu disse anteriormente, houve uma tentativa de se desenvolver um projeto que acabou indo pra gaveta. Eu admito que era algo audacioso, envolvia algumas outras pessoas também. Eu acho que, se você for até o organizador do evento da sua cidade e disser “Po, seria muito F%#@ se isso aqui rolasse” e esse cara executar a ideia no evento dele, quem sabe as empresas não vêem o que eu quis fazer desde o início, ao invés de imaginar. E se a repercussão com o público for positiva, meu amigo, qualquer coisa pode acontecer.

 

As versões sempre ficam naquele formato “TV SIZE” (duração do clipe de abertura do animê). Você chegou a fazer versões “FULL” (completas) das músicas do ‘Lost Canvas‘. O interesse em gravar essas versões partiu de você, do estúdio de dublagem ou da empresa que lançou o material?
Partiram de mim. Eu até imagino o porquê de as músicas nunca terem recebido versões full, e são vários motivos. Mas quando chegou a minha chance de fazer ao invés de falar, eu não quis deixar nada pela metade e me arrepender depois por não ter feito. Por sorte eu pude usar as versões completas e sem voz que foram lançadas no Japão. Com Dragon Ball isso não rolou, porque a própria Toei precisaria me mandar as versões full sem as harmonias. Se está ao meu alcance, eu não vejo porque não fazer.

 

Com relação ao Dragon Ball Kai, conte-nos como surgiu a ideia de gravar as músicas.
No minuto em que eu soube que a série viria pro Brasil. Escutei as músicas, achei as duas ótimas e comecei a esboçar as letras e gravar umas demos. Preciso agradecer imensamente ao Sr. Luiz Angelotti por ter acreditado no meu trabalho e me dado essa oportunidade. Ele me recebeu pessoalmente em seu escritório e ouviu o que eu tinha para falar e para mostrar. Desde o início ele levou o material aos japoneses e me apresentou a eles como sendo a sua aposta pessoal. Foi graças a ele que Dragon Ball aconteceu pra mim.

 

Como foi o processo de produção? Fez em casa mesmo ou em estúdio?
O processo de produção consistiu basicamente em várias noites sem dormir no AM Estúdios, no Rio de Janeiro, sob condução do Fernando Campos, que também foi quem me produziu na trilha de ‘Cavaleiros‘.

Dragon Ball Kai | (c) Toei Animation, Shueisha, Akira Toriyama

Depois que as versões testes das musicas de Dragon Ball Kai foram divulgadas no JBox, muitos comentários foram realizados. Você chegou a ler todos e considerá-los antes de produzir a versão definitiva?
Olha, deixa eu ser bem honesto nessa pergunta. Quando eu vi que a agência e o JBox tinham colocado as trilhas na internet, meu coração parou! Hoje eu vejo que foi uma ótima maneira de me testar. Mas na hora eu fiquei tenso. E eu só tenho a agradecer a todos vocês por terem me dado todas aquelas dicas e principalmente pela aceitação quase absoluta. Sinceramente, caso eu venha a gravar alguma outra versão no futuro, pretendo repetir o processo com certeza. Isso me fez ficar menos inseguro em relação à aceitação.

Eu me arrependo somente de não ter tido tempo de entrar em contato com algumas pessoas que apontaram determinados aspectos interessantes. Elas poderiam me oferecer algo diferente no processo e eu pretendo fazer isso em uma próxima oportunidade com certeza. Mas sim, eu copiei todos os comentários e li um a um, assim como, num primeiro momento, tentei me manter ligado nos comentários no Youtube, mas depois de um certo ponto foi impossível.

 

Quantas e quais foram as músicas de Dragon Ball Kai que você gravou? Realizou versões “FULL” das mesmas? Se não, por qual motivo não rolou?
Dragon Ball Kai tem quatro faixas até onde eu sei. Duas foram gravadas por mim, e duas por serem vozes femininas, eu ofereci ao Diógenes Lima e a banda TATSU, então eu escrevi as letras e eles gravaram a versão para “Over the Star“. Ainda temos ai um segundo encerramento, “Kokoro no Hane“, ou “Wings of the Heart“, mas precisamos esperar a BKS se manifestar nesse sentido. Infelizmente, a BKS nunca me mandou o playback da primeira música e ela acabou sendo gravada somente para os fãs. Estou torcendo para que isso não se repita com a última música, porque tenho certeza de que podemos fazer um ótimo trabalho e eu quero dar essa oportunidade à essa banda que batalha tanto pra conseguir seu lugar ao sol. A questão é que a série foi trazida dos EUA e eu não tenho certeza se eles usaram esse encerramento por lá.

No meu caso, eu cheguei a gravar uma versão full teste para “Dragonsoul“, mas eu nunca tive a intenção de publicar aquilo. As harmonias estão todas em japonês. Esperei inclusive para gravar o encerramento full quando a Toei me liberasse as trilhas sem as harmonias, mas isso nunca aconteceu. Eu recebi somente as versões editadas. Mas ao vivo, nós tocamos ela toda em português.

 

Acerca da polêmica envolvendo a dublagem de Dragon Ball Kai no Brasil, você acredita que o sucesso da série possa ser prejudicado por conta dos problemas relacionados ao assunto?
Não. Acho que gerou sim alguma publicidade negativa e acima de tudo muita expectativa, mas não há como dizer até que ponto isso afeta o desempenho da série. Dragon Ball já possui um público fiel no Brasil e no mundo, e isso foi levado em consideração, inclusive pela Toei quando tomou a decisão de produzir a série. Aliás, eu acho que essa manifestação toda só demonstra a paixão e dedicação dos fãs. Eu cheguei a conversar com alguns dubladores e muitos tiveram a mesma postura, de que era muito difícil de trabalhar com a BKS, mas aparentemente essa dificuldade era devido a algumas pessoas que não fazem mais parte da empresa, e aparentemente o problema teria sido superado.

Tanto é que boa parte do elenco voltou para gravar a nova série. Eu não me sinto capaz de comentar a favor ou contra porque comigo foi tudo muito rápido, via e-mail e telefone. Não precisei lidar com quase ninguém da equipe deles. Foi chato o que aconteceu com “Over the Star” e eu me sinto em dívida com a TATSU por causa disso. Mas estou torcendo para que possamos contornar isso com uma versão matadora para “Wings of the Heart“.

 

Das músicas de Dragon Ball, quais as suas favoritas?
Gosto muito das duas de Dragon Ball GT. No show, estou interpretando passagens heroicas sem parar, até o ponto em que entram essas duas músicas. Elas quebram a intensidade, são mais românticas, mas sem sair do contexto. Eu gosto disso. Mas sinceramente, tendo o palco como termômetro, “We Gotta Power” e “Cha-la Head Cha-la” quase me levam às lágrimas. Eu realmente amo essas músicas e o público também. A energia nesses momentos só se compara à “Pegasus Fantasy“.

 

Já “refez” alguma animesong brasileira? Regravaria alguma se convidassem?
Cometi uma gafe sim. Nas minhas primeiras demos eu gravei uma versão para “Pegasus Forever” sem saber que o Ricardo já havia feito isso oficialmente. Eu estava tão afastado do universo de ‘Cavaleiros‘ tentando esperar a dublagem ser concluída para assistir a todos os episódios que acabei deixando essa informação passar. Consegui me desculpar pessoalmente com o Ricardo, fiquei com medo de ele ter se ofendido de alguma maneira. Hoje em dia eu trato aquela minha brincadeira como uma segunda parte da música, então acho que juntos nós dois conseguimos fazer uma versão full sem querer. Na verdade, eu regravei essa música toda com o R², todo o instrumental, para que nós tentássemos gravá-la juntos como presente de Natal para os fãs no ano passado. Mas ele é um cara bastante ocupado por causa das suas atividades como jornalista, e eu desde então não parei quieto no Rio pra fazer isso. De forma alguma eu gravaria essa música sem ele, eu não me sentiria à vontade. Vamos torcer para que no futuro a gente consiga se encontrar pra fazer isso acontecer. Até lá a versão está escondida aqui comigo.

O que aconteceu recentemente foi um convite para gravar uma versão full para “Soldier Dream“, o que encheu meu coração de alegria porque essa é uma de nossas favoritas de todo o set-list, mas infelizmente não foi dessa vez porque a empresa resolveu não incluir essa faixa no projeto. Acho que esse é o tipo de caso em que não haveria problema em regravar a faixa. O Chê Leal é um excelente cantor e tem uma carreira ao lado de grandes nomes da música brasileira para provar isso. Mas acho que o mundo dos animes não o interessou tanto, sei lá… Acho que, como os cantores que gravaram as músicas de Dragon Ball, ele gravou essa faixa como quem grava um spot publicitário ou um jingle. Não o conheço, então não posso dizer, mas nesses casos, eu regravaria sim. Nunca tocaria em absolutamente nada feito por outro cantor de animesongs.

 

Os fãs esperavam que o lançamento de Digimon em DVD pela Focus Filmes fosse apresentar uma versão brasileira da clássica abertura da série – Butter-Fly. Lendas dizem que você chegou a gravar uma versão “livre” da música… É verdade?
Não, isso nunca aconteceu. Eu fiquei sabendo disso pela internet também, mas a Focus nunca me procurou para falar nada sobre isso. E na verdade eu nem conhecia a música, só lembrava dos “digimons digitais”, infelizmente. Depois de ouvir a versão do Endoh pra essa música eu até me animei, mas a Focus nunca me procurou e isso nunca aconteceu.

 

No que está envolvido nesse momento, musicalmente falando? Quais os projetos para o futuro?
No momento estou totalmente focado no R² e em um projeto chamado @Rock, que mistura Rock com música eletrônica, um estilo que começou a me chamar muito a atenção depois que eu me envolvi com o mundo dos animes porque é muito presente nas animesongs. Não existe tempo para mais nada, graças a Dio. E no futuro existe somente a estrada. Por enquanto é só isso que temos de certeza.

 

Falando na banda, como surgiu a R² na sua vida?
A R² surgiu como uma maneira de aproveitar algumas músicas que eu tinha guardadas e gravá-las com uns amigos, além de me manter trabalhando em meio a produções intermináveis, que impedem uma banda de seguir em frente na estrada. Com o tempo a coisa mudou um pouco de figura, se tornou de fato uma BANDA com a entrada do Sandro e do Davis e posteriormente dos outros membros, porque de maneira alguma esse material ficaria do jeito que está se não fosse por eles. O meu nome está lá, mas o mérito é deles. É bem emocionante pra mim ver que eles acreditam tanto assim no que eu venho fazendo e têm me apoiado tanto. O Sérgio, Diego e agora o Garry (que é um cara com uma quilometragem e tanto!), também se incluem nisso. A cada dia que passa eu tento corresponder a fé que eles depositam em mim.

Todos os shows em eventos realizados no Rio de Janeiro até hoje foram feitos com a R², então alguns de vocês já conhecem a banda no palco mesmo antes de o album sair. Durante a produção algumas coisas mudaram, alguns atrasos e tudo mais, mas o material já está sendo colocado à disposição. Podem conferir em www.rodrigorossi.com e me escrevam dizendo o que acharam! E não esqueçam de nos seguirem no twitter, e curtirem no Facebook!! :D

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