Black Kamen Rider
Black Kamen Rider
Kamen Rider Black
[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=bi2ogxLV1uk 480 320]
Produção: Toei Company, 1987
Episódios: 51 p /tv
Criação: Shotaro Ishinomori
Exibição no Japão: Tv Asahi (23/09/1987-16/10/1988)
Exibição no Brasil: Manchete
Distribuição: Everest Vídeo
Mangá: Shonen Sunday
Disponível em: VHS
Última Atualização: 12/06/2007
A primeira vez que os japoneses ouviram falar no nome Kamen Rider foi no ano de 1971. Shotaro Ishinomori (que parece um irmão perdido do Reginaldo Rossi) criou um novo gênero dentro dos seriados tokusatsu com uma produçãozinha paupérrima, mas que na época se tornou um grande sucesso, conseguindo emplacar a impressionante marca de 98 episódios! Muitos atribuem o sucesso do primeiro Kamen Rider ao aspecto inovador que a série apresentava – um homem comum que se transformava e lutava contra monstros de tamanho igualmente humano – que contrastava com o número excessivo de seriados derivados de Ultraman, que entupia a tevê japonesa na época.
Com o sucesso, o autor foi criando mais personagens do mesmo estilo, formando uma verdadeira “família”, comparável à famosa “Irmandade Ultra”. Tal como os Ultras, a família Rider possui muitos altos e baixos, mas algumas características eram e se mantêm pertinentes a todas as séries, conseguindo mantê-las vivas ao longo dos anos. Um herói atormentado, com visual similar ao de um gafanhoto (hã… Nem sempre) que luta contra monstros emborrachados e dirige uma motoca envenenada – sonho de consumo de todo tokufã que se preze: assim é um Kamen Rider.
O excesso de fiascos produzido (como os bizarros Kamen Riders Stronger e Amazon) fez com que o gênero fosse ganhando um desgaste no decorrer dos anos 70 e 80. Com a chegada dos Metal Heroes (heróis estilo Jaspion) e o sucesso dos Super Sentais (super esquadrões como Changeman) os gafanhotos justiceiros foram ficando de lado na preferência do público. Isso até o ano de 1987.
Black! Henshin!
Com um roteiro mais denso que os demais que já houvera escrito, Shotaro Ishinomori chamou a atenção do público para a nova série da família Kamen Rider: Kamen Rider Black (Black Kamen Rider aqui ou ainda Blackman :P).
O primeiro episódio da série (intitulado “A Metamorfose”, no Brasil) é um clássico absoluto! Escrito por Shozo Uehara (conceituado cineasta japonês) e produzido pela Toei Company, esse episódio entrou pra história dos tokus como um dos (senão “O”) mais bem produzidos pilotos dos anos 80.
Black também apresenta ao público um dos melhores vilões já vistos em um tokusatsu: Shadow Moon. Além da série de tv, Shotaro se encarregou de desenhar um mangá (um bocado diferente da série) publicado na Shonen Magazine. Mas infelizmente nem tudo foram flores. No ano seguinte (1988), Shotaro e Toei Company se uniram para fazer uma desnecessária sequência direta da série com Kamen Rider Black RX. Mas falemos no momento do melhor e único Black Kamen Rider.
A história mostra o jovem Khotaro Minami (que sabe-se lá o porque virou Issamu no Brasil), lutando com todas suas forças contra a seita de Gorgom.
Em pleno aniversário de 19 anos, o rapaz e seu irmão de criação, Nobuhiko Akizuki, são sequestrados e levados ante os 3 grandes sacerdotes (Danker, Pérola e Baraon na versão brasileira) para serem operados e transformados em Black Sun (Senhor Black aqui) e Shadow Moon. Como tais, duelariam até a morte e o vencedor seria coroado Imperador Secular dos Gorgom.
Mas, no meio da operação de implante das poderosas esferas King Stone nos rapazes, o Dr. Akizuki se arrepende do pacto que fez em troca de recursos para suas pesquisas (e que resultou na morte dos pais biológicos de Issamu) e intervém na cirurgia.
Issamu consegue fugir na moto orgânica Battle Hopper e após uma alucinante perseguição dos sacerdotes pelas ruas de Tóquio, sofre uma mutação que o transforma no homem mutante… O Black Kamen Rider!
O amargo destino de um herói
Diferente dos demais seriados (todos inéditos no Brasil) o clima de suspense impera, e apesar de estarem ali os bons e velhos defeitos especiais de sempre e os monstros emborrachados, a série conseguiu chamar atenção com seu ar mais sombrio, diferente das demais. O roteiro tem altos e baixos com algumas idEias bem bobas, mas no final se saiu superior aos demais Riders produzidos até então. A concepção visual da série é magnífica pros padrões oitentistas da época. Os sacerdotes possuem apenas um capuz branco e máscaras, mas conseguem ser tão assustadores quanto qualquer vilão de um Power Rangers da vida (XD). O vilão Shadow Moon também se destaca e é considerado o melhor antagonista que já foi criado na saga dos Kamen Riders. Como esquecer o som singular de suas passadas?
A trilha sonora composta por pop japa do fim dos anos 80 é muito legal e o próprio ator que interpretou Issamu (Tetsuo Kurata) foi o cantor da abertura (aqui um João Ninguém de voz horrorosa desafinou uma musiquinha que dá vontade de vomitar :P).
Depois de ver seu pai adotivo ser morto pelos Górgons no primeiro episódio, Issamu passa a perseguir qualquer pista que possa levá-lo ao covil dos inimigos, para que assim ele tente resgatar Nobuhiko, que deixou para trás em sua fuga. Os planos dos Górgons se resumem a querer acabar com a humanidade, mas Black Kamen Rider sempre surge para impedir isso (afinal, ele é o herói né?). No decorrer da série Issamu ganha outra moto – a computadorizada e linda Lord Sector. Vivendo em companhia de sua irmã de criação (Kioko) e da namorada de seu irmão (Satie), Issamu não se perdoa por ter fugido deixando pra trás Nobuhiko.
Com a intenção de fazer com que Shadow Moon ressuscite (Nobuhiko foi posto em uma espécie de cápsula de energia vital em um estágio de metamorfose incompleto) os Gorgons sequestram Kioko para lhe sugar a energia vital. Issamu a salva, mas os sacerdotes resolvem sacrificar suas próprias vidas para derrubar o Senhor Black. Eis que finalmente surge o terrível Shadow Moon diante de Issamu e tem início o maior drama da vida do rapaz. Nobuhiko não se lembra de seu passado e só pensa em matar Black Kamen Rider. Dizem por aí que o cara até se lembrava (e em alguns momentos na série até pode-se notar isso) mas não dá pra afirmar categoricamente isso.
Depois de muita enrolação (Shadow Moon sempre evitava confrontos diretos com Black ao mesmo tempo que Issamu se recusava a lutar e acabava fugindo) se manifesta o Grande Rei dos Górgons, exigindo que seus “filhos” tenham um duelo final para sucedê-lo já que sua existência estava chegando ao fim. E tal duelo final culmina com a trágica morte de Kamen Rider. Com a ajuda do traidor Monstro Baleia, Black ressuscita e deixa de lado as tentativas de tentar fazer Shadow Moon recobrar a consciência de Nobuhiko.
Issamu finalmente chega ao covil dos Górgons e fica frente a frente com Shadow Moon, que covardemente toma o controle de Battle Hopper e tenta atropelar Issamu usando sua única “amiga” (uma vez que durante o período em que permaneceu morto, Kioko e Satie fugiram para os EUA, para não se tornarem escravas do domínio Górgon que se instaurou no Japão). Assim termina o último episódio de Black Kamen Rider exibido no Brasil. No último capítulo (inédito, mas nem tão raro de se ver na internet hoje em dia) Battle Hopper é destruída a golpes de espadadas por Shadow Moon por resistir ao seu controle. A explosão da moto faz com que o (aparentemente) invencível vilão se recolha ao interior da masmorra Górgon. Black vai atrás e finalmente derrota seu maior inimigo. Mas ainda restava o Grande Rei (que se apresenta como uma espécie de coração gigante vivo que solta… gelo seco x_x) que Issamu consegue derrotar graças ao Sabre Satã enviado por Shadow Moon num último lampejo de consciência humana como Nobuhiko. Issamu fica sozinho no mundo pois sua irmã e amiga resolveram ficar nos EUA para começar uma nova vida. E assim termina (de forma melancólica e triste) a saga do homem mutante.
Para sempre Kamen Rider Black!
Em toda linhagem da família Rider, apenas Kamen Rider Kuuga (de 2000) e Ryuuki (2002) conseguem competir com Black, com relação à qualidade (do ponto de vista de roteiro). Os fãs mais radicais ignoram o fato de RX ser uma continuação de Black, devido a quebra do clima de suspense – que deixou RX uma série mais voltada pro público infantil.
Por sorte, a Saban adquiriu “apenas” RX e o longa Kamen Rider ZO para compor o tenebroso Masked Rider (que por sinal é o nome das séries Riders em diversos países do mundo).
No Brasil, a série rendeu uma coleção muito bacaninha de brinquedos da Glasslite (que era sócia da Everest na época, e bateu o pé querendo trazer a série pro Brasil, enquanto o Sr. Toshi, dono da distribuidora, queria Patrine XD), um LP (com canções adaptadas de uma forma assustadora e uma tal de língua do P que faz você querer dar um tiro em seus tímpanos!) e figurinhas num álbum que reunia os tokus da época pós Jaspion.
Sobre os boatos que cercam o último episódio (entitulado “O último dia de Gorgon”), existe uma explicação no mínimo curiosa, dada pelo próprio Toshihiko Egashira, que trouxe Black pra cá: as séries com um número ímpar de episódios sempre ficavam com o último episódio “preso” pelos japoneses, pois cada fita master vinha com 2 capítulos. E como a importação de um único episódio era tão complicada/cara, Toshi deixava pra lá o último capítulo (grande respeito com os fãs, né?).
Mesmo assim, existem pessoas que juram com a vida que viram o último episódio sendo exibido na Manchete num dia de domingo, quando a série cumpria o papel de tapa-buraco na programação… Eles devem ter cheirado alguma coisa…
Black Kamen Rider (Blackman é o caramba!) merece figurar no “altar” dos grandes tokus exibidos no Brasil, e merece (tanto quanto Jaspion) um dia ser lançada em DVD – como o clássico National Kid. Mas completa, porque ninguém merece ver o Shadow Moon tentando matar o Black com a Batlle Hooper e não saber como termina a situação!
Checklist Episódios
01 – A metamorfose
02 – A festa dos monstros
03 – O mutante das galáxias
04 – Experiência maquiavélica
05 – A peste das trevas
06 – A guerra dos computadores
07 – A regeneração de Battle Hopper
08 – O poema do demônio
09 – As façanhas de Madame Pérola
10 – Os rebeldes
11 – Tempestade negra
12 – Máquina lendária
13 – O rapto das mães
14 – O desaparecimento dos peixes
15 – A escola em perigo
16 – Amigos pra valer
17 – Sonho de infância
18 – O imortal das trevas
19 – Armadilha satânica
20 – O túmulo de Kamen Rider
21 – Duelo das máquinas
22 – Sombra negra
23 – O monstro de duas cabeças
24 – Pesadelo sem fim
25 – Máquina combate
26 – A possuída
27 – No fio da navalha
28 – O amuleto dourado
29 – Boneco assassino
30 – A misteriosa Lana
31 – A força do comando jovem
32 – Febre alucinante
33 – Eu venci o mundo!
34 – A ressurreição de Shadow Moon
35 – O herdeiro imperial
36 – O nascimento dos sacerdotes
37 – Nos céus de Yubari
38 – Conspiração negra
39 – Ídolo fatal
40 – O segredo do Karateca
41 – O ladrão do tempo
42 – Congresso dos monstros
43 – Paraíso subterrâneo
44 – Dimensão do mal
45 – A esfera solar
46 – O inimigo das sombras
47 – A morte de Kamen Rider
48 – A Terra há de vencer
49 – O último dos sacerdotes
50 – Quem é o Grande Rei ?
51 – Gorgom Saigo no Hi