Macross Plus
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Macross Plus
Produção: Bandai, Big West, Studio Nue; 1994
Episódios: 4 p/ vídeo
Criação: Shoji Kawamori
Exibição no Brasil: Multishow
Última Atualização: 27/03/2008
Por Larc
Não se culpe por nunca ter assistido Macross Plus na sua vida. Ele faz parte de uma lista de vários animes exibidos de forma “obscura” na tevê brasileira. No final dos anos 90, o canal por assinatura Multishow exibiu um dos animes, lançados no formato de OVA, mais badalados daquela década. Continue lendo para saber o porquê…
O que é Macross mesmo hein?
Super Dimension Fortress Macross é o nome de um anime de ficção científica bastante famoso no mundo, lançado em outubro de 1982 no Japão. A série original teve 36 episódios e rendeu um movie (Ai Oboete Imasuka) que fizeram muito sucesso, a ponto de serem elevados ao patamar de clássicos dentro da história da animação japonesa. Ambos foram exibidos no Brasil discretamente (a série na Record e Gazeta sob o título de Guerra das Galáxias e o movie na Manchete!) mas não causou muito furor como na terra do sushi.
Macross também tem outro nome… Um amálgama bastardo chamado Robotech. Juntando Macross com mais duas séries diferentes (Southern Cross e Mospeada), Robotech ganhou bastante fama no ocidente e também passou no Brasil (pela Globo e na Locomotion). Cortesia de quem essa “belezinha”? Quem acertar ganha um prato de bacon com ovos no café da manhã XD. Se quiser saber mais de Macross ou Robotech, é só procurar a materiazinha bacanuda aqui no site (ou clique logo aqui, pra facilitar).
Tudo que faz sucesso no Japão gera continuação, certo? Depois do caça níquel Macross Flash Back 2012 (um OVA de ½ hora que não passa de um grande… Flash back embalado por songs da cantora/dubladora da Minmay =P), em 1992 foi lançada a 1ª continuação da saga original entitulada Macross II: Lovers Again. Os 10 anos de espera pra bolarem um roteiro original (Ahn… Na verdade tava rolando dispustas judiciais pelos direitos da obra) não rederam muita coisa. Isso porque esse OVA de 6 partes (inédito por aqui) só conseguiu recriar o miolo da 1ª série, com cantoras de pop japa, triângulos amorosos e batalhas bacanudas de caças espaciais…
Fazendo coisa melhor
Como mencionado, a grana que a franquia Macross rendeu, iniciou uma disputa pela posse dos direitos autorais da mesma entre o Estúdio Nue e a Tatsunoko Productions. Depois de pisar na casca de banana com Macross II, o Nue resolveu se redimir lançando um dos animes mais badalados da metade da década de 90. Reunindo um time campeão para produzir 4 capítulos de OVA, Macross Plus deu o ar de sua graça em agosto de 1994.
O staff contratado pra animar o roteiro escrito por Keiko Nobumoto (responsável por muitos episódios de Cowboy Bebop) conseguiu arrasar qualquer ovazinho concorrente metido a besta na época. Os caras abusaram… Meteram até a filarmônica de Israel pra arranjar a trilha sonora, sob supervisão da famosa Yoko Kano, que só faz músicas de primeira pros animes em que se mete.
Na direção do projeto, o experiente Shinchiro Watanabe (que depois do OVA só fez coisa boa como o Cowboy Bebop e Samurai Champloo) conseguiu atingir a intenção do Estúdio Nue: faturar bonito =P. O uso abusado de computação gráfica (na época, a mais bacanuda possível) não enfeia o anime como no caso de Blue Submarine. Anime bonito, mas o roteiro… Bem… Continuemos…
Top Gun em anime
Conhece o filme Top Gun? Comparar com Macross Plus é a primeira coisa que se faz até o episódio 2 pelo menos. Muitas cenas de caças (animalmente desenhados por Shoji Kawamori) voando no meio do nada e pilotos divagando sobre passado, presente e futuro.
Issamu Alva, Guld Goa e Myung Fang Lang um dia se conheceram na colônia Éden e se tornaram grandes amigos. Issamu se apaixonou por Myung. Guld também se apaixonou por Myung. Só que Issamu foi meio canalha com a moça e Guld se emputeceu. O trio se separa… Passam-se 7 anos e quiseram as circunstâncias da vida que os três se reencontrassem pra por pingos nos “is” e conduzir o roteiro do OVA. Issamu e Guld agora são dois pilotos de Valkyries (os caças legais que viram robôs) fodais que estão em equipes de desenvolvimento concorrentes, trabalhando para apresentar um novo modelo de Valkyrie.
O caça que mostrar que é o mais melhor de bão vai passar a ser produzido em série pelas forças das Nações Unidas Espaciais (união feita entre a raça Zentraedi e os terráqueos). O que se desenrola então é uma disputa ferrenha dos dois amigos em pleno ar. A disputa se transporta pro campo pessoal por causa dos sentimentos que ambos sentem por Myung – notou o trianguluzin amoroso formado? Afinal, sem um não seria Macross né ^^?
Myung atualmente é uma empresária de sucesso no show business. É dela a razão da existência da cantora pop do momento: Sharon Apple. Sharon é uma contora pra lá de especial. Ela é a primeira cantora virtual da história! Antes de ser o pivô da separação entre os amigos, Myung tinha o sonho de ser uma grande cantora, mas por alguma razão pessoal, deixou o sonho de lado e caiu de cabeça no projeto de construção da inteligência artificial que dá vida à Sharon. Só que Sharon é como se fosse uma espécie de clone virtual de Myung. É meio complicadinho mesmo de tragar isso, mas no anime isso é um mero detalhe.
A disputa entre os caças YF19 (do Issamu) e YF21 (do Guld) fica mais acirrada com a chegada de um terceiro concorrente (o Ghost X9, o primeiro caça 100% computadorizado – dispensando o piloto). Nos episódios 1 e 2 a coisa é meio sonolentinha. Mas é bom prestar atenção, mesmo que às vezes possa parecer meio sacal. Todavia, a partir do 3° capítulo…
Conspirações, tapas na cara e ação nos ares!
Sharon acaba assimilando, de uma forma não natural pra um holograma, os sentimentos confusos de Myung. Essa “autonomia” acaba fazendo com que ela fuja do controle das pessoas por trás de sua criação. Pessoas essas que usam Sharon pra fazer lavagem cerebral em seus fãs!
Não bastasse isso, rola uma piração desses sistemas de inteligência artificial que faz deslanchar a ação (que fica restrita às disputas de Issamu e Guld nos dois primeiros episódios -_-) no final do ova. Pra ter só uma noçãozinha: a fortaleza Macross da primeira série ganha vida e Issamu precisa encarar ela sozinha enquanto Guld encara o caça Ghost X9! A pendenga do relacionamento dos três é crucial para a solução do gigantesco problemão. Num conto mais porque é legals…
Posteriormente, os 4 capítulos do OVA foram editados como um “Movie”, com direito a novas cenas – ao mesmo tempo em que muitas foram cortadas. Versão OVA ou versão Movie, Macross Plus é mais um daqueles animes que não desbotam com o tempo. Também, com os nomes envolvidos na produção…
E no Brasil?
Em 1997 a Flashstar Home Vídeo deu uma brusca freada em seus lançamentos made in japan por conta da súbita alta do dólar. Entre os lançamentos jogados no fundo da gaveta estavam os demais capítulos da animação do Robô Gigante (só saiu 1!), Kojiro (do Kurumada), Wedding Peach (clones de Sailor Moon), o resto do Street Fighter II V (faltavam só duas fitinhas pra completar a série) aaaaaand Macross Plus!
O anime acabou se tornando conhecido no Brasil graças ao trabalho dos fansubbers da época, que iam de vento em popa. Entretanto, uma surpresa inusitada se deu pelo canal pago Multishow. Com uma programação amplamente “pop” e antenada nas tendências, o Multishow lançou em 1997 a sessão Japanimation. Dedicada a exibir OVAs e longas de animes como a U.S. Mangá, o canal exibiu e reprisou exaustivamente os OVAs do 8° Homem (o remake-continuação que saiu em Dvd por aqui) e também Babel II (também disponível em DVD). Os animes eram legendados, e com aquela “belíssima” dublagem americana – que só nos faz ter certeza do quanto a nossa dublagem é realmente boa.
Quando todo mundo já perdera as esperanças de ver alguma novidade na sessão semanal, eis que surge um animador anúncio das novidades pra 1999! E adivinha o que estava no meio? Macross Plus conseguiu ser “esticado” para 6 episódios por conta do tempo apertado da faixa anime do canal (meia horinha só) e passou legendado e com dublagem americana (argh), mas… Pelo menos passou, né? Infelizmente a boa vontade pra reprises (como a de 2 anos que Babel e 8° Homi tiveram @_@) no Multishow não andava em alta e até onde sabemos os OVAs só passaram uma vez mesmo.
Um detalhe curioso: a trilha sonora de Macross Plus – lançada nos EUA – era relativamente fácil de se achar em lojas por volta de 1996. O preço nem era muito salgado, mas duvido que alguém tivesse disposição pra comprar algo que a Herói nunca tinha dado uma capa na época XD.
A saga Macross ficou por isso no Brasil. Animes de ficção nunca conseguiram emplacar com jeito por aqui, de forma que Macross não se tornou cult como em diversos países do mundo (independente da versão ser a original ou a bastarda, Robotech). Rolaram uns boatos que Macross 7 (lê-se Seven) andou na mira de umas distribuidoras tempos atrás, mas acho que nadica de pitibiribas do anime chegará aqui. E viva os fansubbers!
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