Pokémon – 1ª Temporada

Pokémon – 1ª Temporada
Pocket Monsters (Monstros de Bolso)

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=rpDCLkqWjLw 480 320]

Produção: Shogakukan Productions, 1996
Episódios: 59 p/ TV (incluindo episódios censurados ou ignorados neste pacote)
Criação: Satoshi Tajiri
Exibição no Japão: TV Tokyo (01/04/1997 – 06/08/1998)
Exibição no Brasil: Rede Record – Cartoon Network – Rede Família – Rede Tv! – Tooncast
Distribuição: Televix (Tv paga) – Swen (tv aberta)

Última Atualização: 06/07/2013

O ano de 1997 já estava bem agitado na TV japonesa. Naquele ano, ia ao ar o final de dois “blockbusters” do mundo dos animes: Dragon Ball GT e Sailor Moon Stars. Ninguém poderia imaginar que no mesmo ano estrearia o maior representante da aliança anime/game já vista desde os anos 80. E a brincadeirinha de uma criança foi o fator inicial para a marca que viria a fazer a dor de cabeça de muitos até os dias de hoje: os Pocket Monsters.

O início nos games
O Japão tem umas coisas meio bizarras (além da Patrine). A gurizada japa (em especial os meninos) possui uma certa tara por colecionar… Insetos! Com o pequeno Satoshi Tajiri (quem @_@?) não era diferente.

Quando criança, Tajiri colecionava os bichinhos dentro de vidros (se você acha estranho, eu colecionava pedras, ok?) para depois simular uma batalha entre besouros e gafanhotos (ahn… Kamen Riders ?_?). Na adolescência, o rapaz foi redator de uma revista de games até que, em 1989, criou a Game Freak em sociedade com amigos. Não demorou muito para que a poderosa Nintendo encomendasse trabalhos à empresa, até que surgisse a criação do RPG Pocket Monsters Green e Red em fevereiro de 1996, com o inovador recurso do cabo link para o Game Boy.

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Mas Tajiri teve que quebrar a cabeça, porque o joguinho saiu uma bela porcaria e caminhava para dar um baita prejú. Entre as maiores derrapadas, estavam os desenhos de personagens e os bugs do sistema. O jogo então foi reformulado, incluindo aí a mão mágica do designer Ken Sugimori, ganhando a versão Blue. Virando mania nacional a partir daí, os dois jogos iniciais foram refeitos, virando as versões Red e Blue que conhecemos no ocidente, conseguindo vender nada menos que 65 milhões de unidades no mundo! Estava criada a peste…

O anime: Da tragédia ao estrelato
Estreando na TV japonesa no dia 1º de abril de 1997 pela TV Tokyo, o desenho seguiu basicamente o roteiro idealizado pelo jogo, porém algumas coisas do game que poderiam ser aproveitadas foram dispensadas. Mesmo assim, os elementos principais estavam lá representados: o continente fictício, suas cidades, os líderes de ginásio e os 150 monstrinhos que fizeram do jogo um sucesso. Devido à grande popularidade que Pikachu ganhou entre os jogadores, fizeram dele o Pokémon principal ao invés dos três iniciais que você pode escolher quando começa a jogar: Charmander, Bulbasaur e Squirtle (e olha que cogitaram usar a Clefairy como protagonista… imagina o porre que seria).

Feita pela Shogakukan Productions (experiente com títulos sem fim como Doraemon e Detective Conan :P), a produção dirigida por Masamitsu Hidaka (mais atuante no mercado de animes com storyboards) usa bem dos recursos que fizeram a animação japonesa prosperar: cenas paradas e repetidas. Quando Ash vai escolher seu Pokémon repete-se quase sempre a mesma cena, caso você nunca tenha reparado…

Na versão americana, sob responsabilidade da 4Kids, trataram de adaptar quase todos os nomes dos personagens e Pokémons, como seriam vistos nos jogos. E vamos dizer, alguns até que eram necessários. Imagina o que uma criança ocidental ia se enrolar pra falar “o meu Fushigidane é muito mais forte que seu Ishitsubute!”. A já grudenta “Mezasse Pokémon”, foi trocada pelo mais grudento ainda “Pokémon Theme”, o eterno hino dos monstrinhos. Vai dizer que você nunca se pegou cantando aquilo? Tá, só eu sou retardado aqui u_u.

Ao invés de um tema de encerramento tínhamos o “PokéRap” ao fim de cada episódio, onde eram “cantarolados” os 150 pokémons. Com cinco versões diferentes (30 pokémons por versão), o “pokérap” fazia um trabalho subliminar de pregar o nome dos bichos na mente da molecada, de segunda à sexta. E a coisa fez efeito mesmo! Os pais não entendiam como o filhote de 4, 5 anos sabia pronunciar tanto nome esquisito @_@. Ideia de gênio essa, não é? Para completar, os “eyecatches” do desenho tinham um joguinho de adivinhação mongol chamado de “Quem é esse Pokémon?”.

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Aliás, os japas é que criaram isso, mas os gringos recriaram em uma estética até melhor – acredite! Alguns cortezinhos simples, maquiagem de letreiros em japonês (alguns bem mal feitos), uma dublagem chinfrim (por parte dos inexpressivos dubladores americanos… Até ator global consegue dublar anime melhor!), e estava pronto o episódio pra toda a família do outro lado do mundo assistir ao desenho japonês mania do momento.

Pokémon estourou da mesma forma nos Estados Unidos, chegando a ser capa da revista Time (a “Veja” deles!) e tudo mais. Mas como esse anime conseguiu atingir uma popularidade quase instantânea na terra do Tio Sam e ao redor do planeta? É então que precisamos voltar ao fatídico dia 16 de dezembro de 1997. Um “acidente” faria Pokémon entrar para os anais da história da animação japonesa.

No episódio 38 da série, o fofitcho do Pikachu me lança um raio em forma de flash de forma tão rápida, que afetou mais de 10.000 crianças que assistiam ao anime (começaram a passar mal!), sendo que quase 1000 foram parar nos hospitais. De que forma os raios as afetaram? Bem… Sabe-se lá porque motivo, um monte de crianças do Japão possui uma hipersensibilidade a luzes intensas e constantes (tipo aqueles globos giratórios de discoteca) e passam mal caso sejam expostas à incidência de raios como os emitidos pelo Pikachu no polêmico episódio. O nome dessa doença é Epilepsia Fotossensitiva. Como o efeito especial usado no anime fez com que o flash de luz ficasse bem mais forte que o normal e, ainda por cima, acendendo e apagando em intervalos menores que 20 vezes por segundo (!), os portadores da tal epilepsia rara, tiveram uma panezinha no cérebro e começaram a ter convulsões! É mole ou quer mais?

Os telejornais de todo mundo (Brasil inclusive) no final do ano de 1997 noticiaram o caso do “desenho que mata” e a polêmica gerada no Japão por tal fato. O anime chegou a ser suspenso e ninguém jamais acreditou que o mesmo pudesse chegar a um dia passar no ocidente… Pois não é que pouquíssimo tempo depois o mundo estava hipnotizado pela pokémania? Teoria da conspiração? Se sim ou não, não dá pra saber… Mas vamos ser sinceros? O mundo conheceu Pokémon graças ao “bendito” acidente. Depois não acreditam que há males que vem para o bem (para os bolsos, nesse caso).

Devido ao sucesso mundial, fizeram melhorias nos jogos de Game Boy e, baseando-se um pouco no roteiro do anime, criaram a versão Yellow do joguinho para o recém-lançado Game Boy Color. Esse casamento de Pokémon promovendo novas gerações de portáteis da Nintendo se repete até hoje.

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Outra coisa interessante: Todos os episódios anteriores ao 38 foram tratados digitalmente nas cenas brilhantes com um leve escurecimento para serem comercializados e não ter guri branquelo americano passando mal assistindo ao anime (resistiram ao Masked Rider, mas não queriam correr o risco com as luzes do Pikachu XD). E depois da polêmica (os pais japas queriam extinguir os animes do planeta! Já pensou se fazem isso e deixam só os tokus? My God! @_@), antes de cada anime aparece uma mensagem desse tipo: “Por favor, ilumine a sala e mantenha-se longe da televisão enquanto estiver assistindo”. Quem é da “era fansubber” com certeza já se deparou com essa mensagem.

A história que até o seu papagaio conhece
Estamos no mundo Pokémon =P. Nele, criaturinhas bizarras e com superpoderes convivem em harmonia com os seres humanos. Todos os pirralhos do mundo esperam por seu aniversário de 10 anos para poder tirar sua “Licença Pokémon”, pegar seu primeiro monstrengo e partir pra sua jornada de treinador. O indivíduo deve sair por todo o continente (a pé x_x) para capturar novos bichinhos e transformá-los em vencedores – sendo que nesse processo os bichos evoluem para formas mais poderosas -, derrotar os líderes de ginásios de no mínimo 8 cidades para ganhar suas insígnias e assim poder finalmente entrar na Liga Pokémon, o campeonato que elege entre os treinadores o Mestre Pokémon. Ô se a vida fosse fácil assim…

Um desses fedelhos é Ash Ketchum (Satoshi no Japão, homenageando seu criador), que atrasado para pegar seu primeiro Pokémon (o iniciante pode escolher entre Bulbassauro, Charmander e Squirtle), acaba recebendo um temperamental Pikachu da reserva do Professor Carvalho (Ookido), após um encontro com seu eterno rival Gary Carvalho (Shigeru Ookido), neto do velho e rodeado por mulheres (ahn… E ele tem só 10 anos!). Um diferencial que prende o telespectador de Pokémon é já começar mostrando no primeiro episódio a que veio. Ah vai, o final do capítulo é bem emocionante *.* Ok… Vou recolher-me a minha insignificância…

Com o tempo somam-se ao grupo Misty (Kasumi), uma treinadora de pokémons aquáticos que tem sua bicicleta queimada pelo garoto e seu Pikachu, e o criador de pokémons Brock (Takeshi), ex-líder do ginásio de Pewter que se junta à jornada após seu pai voltar para cuidar de seus onze (!) filhos abandonados. E olha que esse desenho passa em censura livre hein… XD

Como “vilões” temos o trio da Equipe Rocket, que garante o humor do desenho. Composto por Jesse (menina pobre, filha de uma ex-membro da corporação da Equipe Rocket), James (menino rico que decidiu abandonar sua vida sem graça e fugir de um casamento arranjado) e o pokémon Meowth (gatinho vira-lata que por conta própria aprendeu a língua dos humanos e é ex-mascote do chefe da Equipe Rocket), parecia ser uma coisa séria quando surgiu da primeira vez, mas logo se revelou um grupo de atrapalhados ladrões frustrados e patetas.

No Japão, os nomes dos personagens são Musashi e Kojiro, fazendo uma alusão a dois famosos guerreiros samurais. Parece que no dia da adaptação gringa, o tradutor estava “inspirado” e manteve a brincadeira com nomes – só que gerando um trocadilho com o nome do famoso fora-da-lei Jesse James.

Não podemos esquecer também das Enfermeiras Joy, responsáveis cada uma por um Centro Pokémon de sua respectiva cidade, um lugar para levar seu bichinho cansado ou ferido para se recuperar de graça (um tipo de serviço médico utópico para o Brasil =P). O destaque mesmo é que todas são cara e focinho da outra, mesmo que o parentesco delas se limite a… cunhadas (isso é parente?). É o mesmo mal que sofrem as Policias Jenny, as guardas bonitonas que, junto com as Joys, são os maiores fetiches do Brock (censura, cadê você?).

Alguns enigmas surgem nessa temporada sustentando a série até hoje. Ou você nunca se perguntou sobre quem é o pai do Ash mencionado por sua mãe logo no segundo episódio? Seria o Giovanni, líder da equipe Rocket? Os japas possivelmente nunca vão revelar uma coisa dessas. =O

Nerdisses a parte, basicamente é assim que rege a história da temporada considerada pela maioria como a melhor. Nela as coisas acontecem mais rápido que as demais fases, com algumas situações mais criativas e cômicas (às vezes em um nível que beira o nonsense) que sem dúvida faria Pokémon ser lembrado como um bom anime se tivesse terminado na Liga Pokémon (imagina que inovador um final onde o herói perde! XD). Mas como aprendemos com os japoneses, o mercado não pode parar para uma marca de peso que faz o anime estar no ar até hoje pra vender seus joguinhos.

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Censurados
Quando se fala em 4Kids Enterteinment, é impossível não pensar em mutilação de animes. Pokémon foi o primeiro caso sério da empresa americana. A 1ª temporada teve nada mais que seis episódios ignorados, somados a mais um que o Japão nem quer lembrar da existência. Conheça rapidamente esses episódios e os prováveis motivos da censura de alguns:

O primeiro episódio censurado é conhecido popularmente como “Férias em Aopulco” e se encaixa como 18º na cronologia normal. O motivo da censura está justamente na parte divertida do capítulo: participando de um concurso se biquínis, James usa seios infláveis que exibe com orgulho para a Misty e suas “laranjinhas” XD. Nada que um simples corte não pudesse solucionar (como a Saban nos ensinou muito bem), pois a cena é rapidinha… Quem vê o episódio seguinte não entende o encontro entre Nastina e Mastina, irmãs gêmeas que aparecem separadamente em cada capítulo. Curiosamente este episódio passou na gringolândia devidamente cortado durante a época de estreia de Digimon, como 100º capítulo. Vai entender…

O segundo episódio dispensado é chamado de “A Lenda de Dratini”, 35º da cronologia. O motivo teria sido o uso abusivo de armas de fogo pela Equipe Rocket que faz o dono da zona do Safari de refém, além do próprio velho apontar um revólver na cabeça de Ash (e nós torcendo para ele acionar o gatilho… hehe). O corte deste episódio é o que causa o maior furo cronológico da série, pois é nele que Ash captura sua grande manada de 30 Taurus, comentada em episódios posteriores. No episódio seguinte, os “vilões” continuam por tentar conseguir o raro Dratini por via do monstrinho transformista Ditto. O engraçado é que o Hortelino, Pica-Pau, Popeye e outros clássicos dos desenhos dos EUA, podem usar dessas armas da maneira que entenderem dentro da comédia pastelão. Como se Pokémon fosse sério demais…

O terceiro, os japoneses fizeram de tudo pra fingir que nem existe. “Porygon, o Guerreiro do Cérebro Eletrônico”, fez Pokémon ser famoso mundialmente antes do esperado e de forma negativa. Quem pagou o pato foi o esquisitinho do Porygon que nunca mais apareceu, mesmo em suas versões evoluídas nas gerações posteriores (trauma?). Podia ser editado e vendido, mas os japas não quiseram tentar, provavelmente em respeito às vítimas do incidente. De importante no episódio (que está solto na net pra quem quiser caçar) só o conhecimento do professor criador do sistema de transporte de pokébolas. Só pra constar: após o tempo de Pokémon fora do ar (4 meses), o anime voltou em um especial de 1 hora, juntando os episódios “O Adeus de Pikachu” e “Irmãos da Pesada”.

Originalmente, foi programada a exibição de “Feriado a la Jynx” após o episódio do Porygon, mas ele só viria ao ar muito tempo depois, por ser um especial de inverno/natal, juntamente com “Perdidos na Neve”. Com mais outros dois capítulos, essas histórias foram exibidas fora de ordem na segunda temporada. Falaremos de todos na próxima matéria.

1ª Temporada no Brasil – a febre
O primeiro contato dos brasileiros com Pokémon se deu por William Bonner no Jornal Nacional, narrando incidente causado no Japão pelo episódio do Porygon (e mostrando cenas do desenho pra todo Brasil… Bela campanha publicitária, né XD?). Os seletos fãs de anime que sabiam da existência dos monstrinhos graças às revistinhas da época, já podiam dar como certa a não vinda do desenho por essas terras. E quase que não veio mesmo!

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Depois de lucrar com a distribuição de filmes para o CineBand Privé (hehe XD), a distribuidora Swen tentou empurrar Pokémon para o SBT e a Globo, que disseram um sonoro não, em uma época que as TVs já não ligavam pra produções japonesas (algo bem parecido com esse começo dos anos 2010…). Foi aí que a Record, que penava com seu Eliana & Alegria (o gênio do Tiririca batia ponto lá toda semana… Era uma beleza T_T), passou a investir em desenhos. Depois do bacana Beast Wars foi a vez dos monstrinhos de bolso na manhã do dia 10 de maio de 1999.

Foi aí que a “poderosa” sentiu a burrada. Só que Pokémon demorou um bocado para alavancar no Brasil. Um fenômeno estranho gerou o sucesso do anime no país: toda a mídia dava uma de “guru” e preconizava o sucesso do anime em solo brasileiro por conta do fenômeno que estava se tornando nos EUA e já era no Japão. O “disse-me-disse” acabou ajudando Pokémon a deslanchar e em cerca de 6 meses, o desenho já beirava a liderança, fazendo a audiência de 3 pontos da Eliana virar 7. Não havia assunto diferente entre a molecada contaminada. O anime virou uma febre que não se via parecida desde Os Cavaleiros do Zodíaco, em 1995. Um novo “boom” dos animes estava começando e, ao lado de Dragon Ball Z, Pikachu ajudou a edificar todo esse mercado que existe (existiu?) no país. Edificar, porque quem “começou” pra valer foi a turma do Seiya…

No fim do mesmo ano, o canal do bispo deu mais um horário para o anime que também chegava à TV paga pelo Cartoon Network. Uma avalanche de produtos começou a lotar as lojas graças à empresa Exim (que tratou de Fullmetal Alchemist e Supercampeões na Rede TV!) e tudo o que você podia imaginar com a marca Pokémon foi lançado.

A Conrad, que já vinha publicando a Nintendo World, criou então a revista oficial dos monstrinhos. A Pokémon Club era bem bobinha, porém, o 1º número com o Pikachu na capa vendeu absurdos 200 mil exemplares. Na mesma época, os jogos para o Game Boy vieram para cá. Produtos de higiene pessoal, sopa instantânea, biscoitos, figurinhas em salgadinhos, livro ilustrado da Panini, cartões telefônicos e VHS (boa parte da 1ª temporada foi lançada em fita) são apenas alguns exemplos de produtos Pokémon. O anime foi também o primeiro lançado em DVD no Brasil, na época que tinha que se vender a TV, o som e o vídeo pra comprar um @_@. Com nada mais nada menos que 9 episódios (viu só PlayArte? =P) o disquim hoje é uma baita raridade (só perde pro primeiro lançamento de National Kid em DVD!).

Depois do fracasso dos bisonhos mas memoráveis CDs de Guerreiras Mágicas de Rayearth e Supercampeões (o da Manchete), o mercado fonográfico dos animes foi retomado com os monstrinhos de bolso, na última empreitada do gênero até o momento no Brasil. “Pokémon: Para ser um Mestre”, foi a versão brasileira do CD americano com suas músicas pegajosas. Com Nil Bernardes (músico veterano, intérprete de muitos temas de desenhos e que hoje está na banda do Faustão XD) em grande parte dos vocais das canções, o disco lançado pela Abril Music vendeu bem e teve singles de 3 músicas distribuídos em revistas-pôsteres da Conrad.

A dublagem foi feita a mando da Swen antes mesmo de ser oferecida à Record nos estúdios da Master Sound. A versão brasileira foi muito feliz na escolha das vozes e se arriscou a aportuguesar muitos termos, alguns ignorados nas dublagens das demais temporadas em outros estúdios. Assim nasceram Magicarpa, Bulbassauro, PokéAgenda e o esquisito Professor Carvalho. Traduzir sobrenomes é algo realmente bizarro, mas o pior é que caiu bem e ninguém ligou do fato da palavrinha “Oak” (nome gringo) virar Carvalho. Problema só para os dubladores encaixarem… Essas traduções resultaram em algumas gafes como Pidgey ser chamado diversas vezes como “Pombo”. Foi por essa versão nacional de Pokémon que Fábio Lucindo se consolidou no mundo da dublagem, se tornando um dos “dubladores eficientes” mais requisitados atualmente – para o desprazer de muitos que não aguentam mais ouvir o rapaz, independente de seu bom trabalho.

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Antes da revista oficial, a Conrad lançou uma minissérie em mangá intitulada “As Aventuras Elétricas de Pikachu”. Esse foi o segundo mangá lançado pela editora (o primeiro foi Gen) e saiu em 4 edições, publicadas da mesma forma que a Viz nos EUA (ao estilo Ranma ½ da Animangá), com um roteiro um pouquinho mais sério que o da série da TV, o que acabou gerando vários cortes nessa versão ocidental. Venderam tão bem que voltaram às bancas no início de 2000! Sabe-se lá o porquê, não lançaram a continuação e outras versões em mangá que tinham sido sondadas (e anunciadas!).

Tudo parecia um sonho cor-de-rosa para a marca Pokémon em terras tupiniquins. Mas esse é só o começo da conturbada história de Pikachu e seus companheiros “pelucíveis” no Brasil. Aguardem a continuação dessa história…

Reprises em outros canais
Só para deixar registrado, em 2008, a Rede TV! pegou todo mundo de surpresa anunciando a exibição da primeira temporada de Pokémon no fim da tarde. A série chegou como tapa buraco, sendo que o canal não tinha comprado mais que 30 episódios. Surpreendentemente, a audiência foi bem alta (ainda mais para os padrões do canal…), impulsionando a compra de mais temporadas e inclusive outros animes em um renascimento do bloco TV Kids. Infelizmente, a baderna e falta de investimento real nesse nicho culminou no fim do bloco anos depois.

Pela TV paga, o Cartoon Network ganhou mais um “filho” com o surgimento do canal Tooncast. Disponível em poucas operadoras (geralmente as “nanicas”), a emissora resgatou um pouco da alma do antigo Boomerang, recheando sua programação de desenhos clássicos. Nessa nova proposta, incluíram também animações dos anos 90 e início dos anos 2000, havendo espaço então para uma reprise da primeira temporada de Pokémon.

Coisa de criança?
É aí que entramos numa (besta) polêmica otaku. Você que é fã de Pokémon e está lendo esta humilde matéria, certamente já esbarrou com comentários do tipo “você está muito grandinho para isso”, “quando você vai crescer moleque?” e outras do gênero. De alguma forma, todo fã de desenho animado sofre desse preconceito no país, algo que aos poucos está começando a melhorar (tô falando do preconceito, o resto ainda tá a mesma porcaria =P). Porém, o problema de quem gosta de Pokémon é ainda maior com o preconceito enfrentado pelo próprio grupo que gosta de desenho japonês. É o caso de uma qualificação que separa fãs de animes “bobildos” de fãs de animes “menos bocós”. Fãs de Pokémon, Megaman, Hamtaro e outras coqueluches que podem passar livres nas manhãs da TV aberta são sempre os desprezados por uns otakus metidos a intelectuloides, intimidando esses pobres mortais a se recolherem a sua plena fragilidade de não poder expressar livremente o que gosta, para ser vaiado e humilhado publicamente (filosófica essa frase, né? hehe).

Se os fãs de anime já sofrem o preconceito de serem grandinhos e gostar de desenho animado, nada mais normal que os mesmos estarem unidos nessa luta não é? Só pra refletir: Naruto e Pokémon passam na TV Tokyo um após o outro em horário noturno…

Clique e leia a matéria da 2ª temporada!

Elenco de dublagem:
Ash Ketchum: Fábio Lucindo (Kuririn em Dragonball Z)
Misty: Márcia Regina (Sora Naegino em Kaleido Star)
Brock: Alfredo Rollo (Poseidon em Os Cavaleiros do Zodíaco, redublagem)
Jesse: Isabel de Sá (mãe do Shin-chan)
James: Márcio Araújo (Oliver Tsubasa em Super Campeões)
Meowth: Armando Tirabosque (Narak em InuYasha)
Gary Carvalho: Rodrigo Andreatto (Yoh Asakura em Shaman King)
Professor Carvalho e Dexter, a PokéAgenda: Wellington Lima (Rokusho em Medabots)
Delia Ketchum: Vanessa Alves (Misato Katsuragi em Neon Genesis Evangelion)
Enfermeira Joy: Fátima Noya (Maylu em Megaman NT Warrior)
Policial Jenny: Raquel Marinho (Pinky em Bucky)

Checklist Episódios:
01 – Pokémon, eu escolho você!
02 – Emergência Pokémon!
03 – Ash pega um Pokémon
04 – O desafio do Samurai.
05 – Exibição na Cidade de Pewter.
06 – Clefairy e a Pedra da Lua.
07 – As flores aquáticas da Cidade de Cerulean.
08 – O caminho para a Liga Pokémon.
09 – A escola dos golpes duros.
10 – Bulbassauro e a vila escondida.
11 – Charmander , o Pokémon perdido.
12 – O Esquadrão Squirtle.
13 – O mistério do farol.
14 – A exibição do choque elétrico
15 – A batalha a bordo do St. Anne.
16 – O naufrágio Pokémon.
17 – A Ilha dos Pokémons Gigantes.
18 – Aopuruko no Kyuujitsu.
19 – Tentacool e Tentacruel.
20 – O fantasma do Pico da Donzela.
21 – Adeus Butterfree!
22 – Abra e o show paranormal.
23 – A torre do terror.
24 – Haunter vs. Kadabra.
25 – Primeape endoidece.
26 – Perfume de Pokémon.
27 – Soneca hipnótica.
28 – Na moda dos Pokémons.
29 – O Pokémon lutador.
30 – Faíscas voam pelo Magnemite.
31 – Em busca dos Digletts.
32 – Os poderes do Pokéninja.
33 – A Pokécorrida.
34 – O filho de Kangaskhan
35 – Miniryuu no Densetsu.
36 – A gangue das bicicletas.
37 – A mansão misteriosa de Ditto.
38 – Dennou Senshi Porigon.
*39 – Feriado à la Jynx.
*40 – Perdidos na neve.
41 – O adeus do Pikachu.
42 – Irmãos da pesada!
43 – Acorde, Snorlax!
44 – Batalha na cidade sombria.
45 – A marcha dos Exeggutors.
46 – O problema com Paras.
47 – A canção de Jigglypuff.
48 – O ataque dos Pokémon pré-históricos.
49 – Uma operação Chansey.
50 – Sagrado matrimônio.
51 – O Pokémon Farfetch’d.
52 – Quem vai ficar com Togepi?
53 – O jardim misterioso de Bulbassauro.
*54 – Princesa contra princesa.
*55 – O herói perfeito.
56 – A unidade canina.
57 – Fotógrafo Pokémon.
58 – O Teste Final.
59 – O segredo do centro de criação.

*- “39” e “40”, correspondem aos especiais de Natal exibidos fora de ordem na segunda temporada. “52” e “53”, correspondem aos episódios pulados pela 4Kids e retomados também na segunda temporada.