Pokémon – 4ª Temporada (Johto League Champions)

Pokémon Johto League Champions
Pocket Monsters (Monstros de Bolso)

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=YA19FhEh9Gs 480 320]

Produção: Shogakukan Productions, 2000
Episódios: 52 p/ tv
Criação: Baseado nos games de Satoshi Tajiri
Exibição no Japão: TV Tokyo (03/08/2000 – 02/08/2001)
Exibição no Brasil: Rede Record – Cartoon Network – Rede TV! – Tooncast
Distribuição: Televix (TV paga) – Swen (TV aberta)

Última Atualização: 16/11/2013

Por Jiback

Em time que está ganhando não se mexe. Acho que todo mundo já escutou essa frase alguma vez na vida. E parece que os roteiristas dos monstrinhos de bolso seguem esse ideal à risca. Pokémon conseguiu construir, sem muito esforço ao longo dos anos, o mérito de ser um dos animes de maior audiência do Japão. Qual o segredo pra que mesmo depois de mais de 10 anos ele consiga estar no mesmo páreo que clássicos como Shin-Chan e Doraemon?

De fato, é difícil entender como uma história onde o tempo passa, mas não deixa marcas, e que segue uma linha de desenvolvimento quase sempre do mesmo modo se mantenha firme na televisão. Talvez o fato de uma nova história ir ao ar somente uma vez por semana deixe menos cansativa, afinal, Pokémon só foi reprisado por lá depois de anos! E por que foi reprisado? Provavelmente para que ocorresse uma renovação do público. Afinal, uma criança que via Pokémon em 1996, hoje já é um adulto e não creio que (diferente de mim u_u) continue acompanhando a saga sem fim de Ash para ser o Mestre Pokémon. Aliás, alguém ainda acredita que ele conseguirá um dia conquistar esse objetivo?

O limite da chatice…
A temporada já começa com a 3ª disputa de ginásio de Johto, quando nossos aventureiros fedidos (fala sério… aqueles três devem ser uma catinga de suor infernal @_@) chegam por fim à cidade de Quinhão Dourado (hein?!). Mas quem esperava que isso abrisse caminho para constantes batalhas (ainda mais com o apelo do título gringo – “Campeões de Johto”) caiu do cavalo… O 4º ano é um amontoado de episódios desnecessários, histórias que pouco ou nada acrescentam ao enredo da trama e possuem o único objetivo de enrolar a série.

Dessa vez, nem a Equipe Rocket salva e se repete no cansativo roteiro de roubar qualquer coisa e decolar com seu balão. Aliás… Que tipo de bandido em pleno século XXI sai por aí com um evidente balão em forma de gato? Deve ser a mesma lógica que põe crianças de 10 anos para tentar a sorte de sobreviver a bichos peçonhentos dentro de uma floresta. Mas abafa… Estamos num desenho japonês.

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Alguns erros bobos acompanham essa temporada. Vimos o Krabby do Ash no laboratório do professor (ele já tinha evoluído pra Kingler) e um fóssil de Kabutops caçando um peixe qualquer. Pois é, existia uma certa ideia de que animais normais e até regiões do nosso mundo real existissem no mundo Pokémon (lembra que o fóssil do Mew vinha da Amazônia?). Mas com o crescimento da coisa toda essa ideia foi extinta e os animais passaram a serem representados somente pelas criaturas do capeta, digo, os tais Pokémons. É só estranho ver a pokéagenda dizendo algo como “Pikachu, um pokémon rato elétrico” sendo que os ratos em questão nem existem no desenho para haver comparação =B. Preocupados com o sucesso afora, os roteiristas (que acredite, são os mesmos da 1ª temporada) também acabaram gradualmente tirando aspectos da cultura nipônica do desenho, que acabou deixando-o com menos cara de anime, sendo uma ficção acultural.

De acontecimentos influentes temos poucos. As evoluções do Zubat do Brock (aleluia!) e da Chikorita do Ash são os únicos pokémons ‘novos’ da trupe. Ah, o Ash pega um Beedrill numa competição, mas entrega o mesmo pra Casey (a “rival” de Johto que aparece na temporada anterior). Falando em retorno, acontecem vários para os saudosistas: Todd (o fotógrafo… ele se chamava Snap na 1ª temporada, o que acabou virando seu sobrenome depois), Duplica (a maluca dos Dittos), Suzie (dona do Vulpix do Brock, que acaba voltando pra ela), Aya (do 6º ginásio de Índigo), Gary (com seu novo Umbreon) e Jigglypuff (é, ele não morreu). A Snubull apaixonada evolui e deixa Meowth em paz, aparece um pokémon da próxima geração (Kecleon) e Ash derrota mais dois líderes, além da que abre a temporada.

No tocante às aberturas, ocorreu um rolo interessante. A 4ª abertura japa trazia uma regravação do 1º tema “Mezasse Pokémon Master” e demorou pra aparecer. Acontece que a abertura mostra em evidência a Bayleef, sendo que a Chikorita ainda não tinha evoluído, fato que acontece mais pro fim da temporada. Mesmo assim ela foi ao ar antes do acontecimento… A 4kids foi mais esperta (hein?) e encomendou aos japas cenas inéditas pra compor a sua versão, onde a Bayleef não aparecia uma única vez. A abertura ocidental contou com novos quadros de Pokémons lendários e líderes de ginásio como sombras – uma boa sacada. A versão 4kids demorou menos para estrear e já foi ao ar a partir do 6º episódio da temporada. Mesmo a música não tendo nada de mais (fora seus “longos” 45 segundos) a equipe brincou com o revival japonês e colocou nos primeiros versos os mesmos do 1º tema, o que passou batido por aqui…

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Na versão que vimos, continuamos a ter o joguinho besta “Quem é esse Pokémon?”, que agora ganhava um adicional. Chamando a criança de tonta, aparecia uma dicazinha embaixo da sombra. Mas como era em inglês, pouco influenciou pra cá mesmo =P. Tivemos muitas BGMs (as músicas de fundo) alteradas pela 4kids muquirana (caso não saiba, as músicas valem um preço alto na compra do anime, por isso a opção por refazer algumas) que eram bem sem sal pra variar.

Curioso notarmos que a esquecida pokébola GS fazia parte do visual da versão 4kids, aparecendo nos títulos de episódios, eyecatches e logomarca. Provavelmente não sabiam que os roteiristas japoneses já tinham feito questão de deixá-la no esquecimento. Como assim? Explico. Em entrevista a um site de Pokémon, o diretor da série (Masamitsu Hidaka) confirmou que havia um planejamento pra bolinha na história envolvendo o lendário Celebi (de fato, na versão Crystal japonesa do jogo, a pokébola GS é um item para conseguir o Pokémon e ocorria só com uma ligação on-line conectado ao celular @.@), mas que no fim acabaram optando por colocar o bichinho como estrela do 4º longa e deixar o objeto pra trás, esperando que o público esquecesse! É mole?

Pokémon 4: Viajantes do Tempo

Pocket Monsters: Serebii Toki o Koeta Deai
Curta: Pikachu’s Pikaboo (Pikachuu no Doki-Doki Kakurenbo) 

[youtube:https://www.youtube.com/watch?v=Q9awQoTXQvw 480 320]

Produção: Shogakukan Productions, 2001
Criação: Satoshi Tajiri, com roteiros de Kunihiko Yuyama
Exibição no Brasil: Cinemas – Cinemax – Rede Record
Distribuição: Europa Filmes
Disponível em: DVD

Pokémon 4ever
Com esse trocadilho, os gringos lançaram o 4º filme dando a ideia alusiva que nós temos hoje, de que o anime é eterno e nunca terá fim… Deus queira que tenha, mas enfim, falemos primeiro do 4º “minifilme”.

Pikachu’s Pikaboo apresenta aquilo que sempre esperamos nos curtas: nada de humanos! Pela primeira vez eles não aparecem em parte alguma da animação! Em uma produção bem mais simples comparada com as anteriores, vemos uma história boba que cumpre com o papel de expor os monstrinhos para que todos babem de encantamento. Pikachu, os demais Pokémons de Ash, Togepi e Psyduck (nenhum do Brock ou os outros da Misty aparecem… Vai ver por não serem tão “fofos” :P) estão se divertindo na praia até avistarem um bonito jardim e darem uma conferida. Lá conhecem os Pokémons locais, que estão sob a proteção de um recluso Larvitar. Sem demora, a amizade está feita e todos (exceto o vigia) decidem brincar de esconde-esconde (oun *-*) e o caçador é o rato elétrico. Por perto também estão Meowth e Wobbuffet num emprego temporário cortando a grama. E é o cortador de grama que se torna vilão (!) da historinha ao entrar em descontrole e ganhar certa vida própria O.o. A confusão está armada e os monstrinhos terão que dar um jeito de parar a geringonça no maior estilo pastelão cartunesco. Ah, também aparecem na muvuca três bichinhos inéditos da geração que estava por vir.

O filme 4 traz como tema o sempre instigante conceito de viagem no tempo de forma rasa, sem muita complicação (a não ser que você queira). Tudo começa há 40 anos, quando em meio a uma floresta o lendário Pokémon Celebi foge de um caçador ambicioso. Na fuga, o simpático monstrinho esbarra com o pequeno Sammy e acaba por abrir um portal de viagem no tempo, indo parar 40 anos no futuro, o tempo presente da série.

Do nosso lado vemos o trio manjado seguindo por sua jornada Johto, chegando a tal floresta, conhecendo os habitantes locais. Lá, uma velha explica que os viajantes devem temer à voz da floresta, nunca indo direto à ela. Mas como dizer nunca é quase o mesmo que dizer “vamos lá”, eles acabam esbarrando com o fenômeno, que nada mais é que a magia de Celebi, que surge com Sammy, conhecido da velha há 40 anos pelo seu desaparecimento (ela alertou o menino da mesma forma antes dele adentrar a floresta). Cabisbaixo, o Pokémon é ajudado a se revitalizar através de Ash, Sammy e cia, até que surge o vilão da história. O “Mascarado” (Vicious no Japão – e que ficou sem nome por aqui) é um agente de alto nível da famosa Equipe Rocket e possui uma arma de grande efeito: a pokébola negra, que assim que captura torna o Pokémon extremamente agressivo.

Os patetas da nossa amada Equipe Rocket tradicional se juntam como puxa-sacos do Mascarado enquanto o mesmo tenta pegar a estrela do filme. E no fim consegue, fazendo Celebi levar um passe de umbanda e se transformar numa enorme ameaça, formando com os galhos e folhas (e com a Jesse O.o) em volta de si, um colossal monstro que poderia facilmente trocar uns sopapos com o Ultraman. Agora Ash e Sammy têm que lutar para reaver a consciência de Celebi e derrotar o Mascarado, contando com a ajuda de outra fera lendária (e capa do jogo de Game Boy da época, o Pokémon Crystal =B) Suicune.

Depois de muita pressão psicológica (em anime sempre dá certo, perceberam? X_x), Celebi volta à consciência e se liberta, mas pouco depois fica inválido e começa a desidratar. O bichinho é levado ao lago que é purificado com o poder de Suicune, mas só com a choradeira (aaah, de novo não!) aparecem os Celebis de várias dimensões do tempo na cena mais bonita do filme (a música é lindaaa i_i) e recuperam-no. O Mascarado aparece novamente, mas logo vê na pele o que é ser Jesse e James e se dá mal. Celebi volta com Sammy à época normal e todos seguem seu rumo.

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“Ta, o filme é só isso e não tem nada de mais?” – você se pergunta. Sim, meus caros, é um filme bem fraco sem muitas novidades (mas não chega a ser ruim como o 5º…) exceto por um detalhe bem legal. Sammy é nada mais nada menos que o Professor Carvalho! O que nos faz pensar que ele já sabia o destino de Ash e que ele seguiria com seu Pikachu. Mas também faz-nos pensar sobre o furo da série quanto aos novos monstrinhos, afinal, Samuel Carvalho (uia) já sabia então da existência de outras espécies, pois ele estava em Johto! Engraçado também que essa revelação não foi bem explorada na versão japonesa e a 4kids mandou (!!!) a ShoPro produzir mais cenas sobre o que é considerada a parte mais interessante de todo o filme – e realmente é. As animações em computação gráfica voltam a atacar e são lindas no começo mas depois desandam e tornam algumas cenas meio constrangedoras. Como curiosidade, o filme no Japão teve em volta uma megacampanha em prol da natureza. Todo ingresso comprado dava direito, além de uma miniatura do Celebi, uma semente para ser plantada.

Pokémon: A Volta de Mewtwo
Pocket Monsters: Myuutsu! Ware wa Koko ni Ari

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=peq7ySJjOto 480 320]

Produção: Shogakukan Productions, 2000
Exibição no Brasil: HBO – SBT
Distribuição: Warner Home Video
Disponível em: VHS

A volta dos que não foram
Quem nunca se perguntou o que aconteceu com Mewtwo e os clones do primeiro longa? A fim de sanar essa dúvida e ganhar uma graninha extra, depois do 3º filme os japas montaram um especial de molde cinematográfico para exibição na TV dando continuação à história da máquina de batalha Pokémon criada pelo homem (que lindo, parece até narração de Discovery Channel XD), sem dúvida um dos monstrinhos mais famosos do anime.

Como sabemos, a memória de todos do 1º filme foi apagada. Mas Giovanni, o chefão da Equipe Rocket, jamais ficou conformado pelo desaparecimento de Mewtwo. Eis que através de registros de sua competente agente Domino (lê-se “Dômino”, tá?), por fim ele encontra o Pokémon vivendo com suas crias isolados em uma ilha. Então está entregue à Domino a missão de capturar a fera.

Na linha normal da história, nosso pentelho segue com seus companheiros para o próximo ginásio, mas se depara com um rochedo que só é atravessado com um ônibus que o contorna. Mas em meio a uma tempestade, os viajantes perdem o transporte e são acolhidos por Luna, pesquisadora local que apresenta a cristalina água do Canyon Pureza (ou Rio Pureza, ou Monte Kena, ou Monte Canyon… depende da vontade do dublador @_@), vinda do lago no topo do rochedo, uma área preservada e intocada pelo homem. Logo se juntam ao abrigo mais dois aventureiros: o professor Cullen, que quer estudar mais sobre a água do lugar, e a gente Domino disfarçada. Todos (principalmente Domino) são surpreendidos pela nossa incansável Equipe Rocket que novamente sequestra o Pikachu. Em meio à palhaçada, Domino se revela agente Rocket de elite com o codinome Tulipa Negra (algo me diz que tem uma moça na Rua Augusta com esse nome… digo…) ao identificar Mewtwo, faz o trio decolar junto com o Pikachu e foge.

Mewtwo e seus clones sentem-se ameaçados com a presença dos humanos, prendendo Jesse e James e pensando em uma fuga. Chegam ao lago os pesquisadores com os pivetes, onde ocorre o erro mais absurdo já visto: aparecem filhotes de Nidoqueen já no estágio final só que pequeninos (o correto seriam Nidorans O_o). Bizarro. Chegam também os helicópteros Rockets com Giovanni e Domino que capturam alguns clones e o próprio Mewtwo. Porém, com a ira dos Pokémons da ilha, os vilões são dominados e o titã liberto é carregado nas costas por Ash para ser recuperado no lago. A memória dos malvados é apagada, enquanto a dos heróis é deixada. Todos se separam (e sabe-se lá de onde, arrumam um balão do Pikachu o.O) e Mewtwo vira lenda, como um ser misterioso que protege a todos iluminados pelo luar. Fim =P

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Essencialmente, a produção cumpre seu principal ideal que é fechar a história do famoso titã. Um especial que não dispensa uma reprise de vez em quando e que já passou da hora da nossa Warner tomar vergonha na cara e lançar em DVD (só saiu por aqui em uma fitinha muito na surdina…). O disco americano, aliás, traz como extra o curta de 10 minutos com a origem do Mewtwo, que foi cortado no primeiro filme.

No Brasil: achados e perdidos
A situação de Pokémon no Brasil em 2002 virou um verdadeiro caos para os pokéfãs. De uma hora pra outra houve um descaso total das empresas para com a série que a fizeram cair no esquecimento. Apenas dois veículos mantiveram acesa a chama de Pikachu por aqui. Um foi a revista-oficial da Conrad, que viveu sua melhor época, e o outro o Cartoon Network, que ainda prestava. Rastejando também estava a Devir Livraria com as cartinhas. Acompanhemos desde o início…

Como de costume, a estreia da nova temporada de Ash e cia foi ao ar no primeiro dia do ano após uma maratona de 72 horas (!) com todos os episódios da franquia até então. Pela primeira vez a série se manteve no mesmo estúdio, repetindo o trabalho da Parisi Vídeo e contando com Fernando Janson no elenco da adaptação, que traz sua voz como intérprete do tema de abertura (embora o próprio Janson tenha alegado que só fez a 5ª e a 6ª, basta uma análise mais calma para perceber que não é o Nil Bernardes…).

Ao contrário do que o próprio senhor José Parisi Jr. havia subestimado, Fábio Lucindo conseguiu garantir um timbre infantil para o Ash mesmo com o amadurecimento da sua voz. Todo elenco de personagens conhecidos foi mantido e arriscaram a traduzir estranhamente alguns termos, como a cidade de Goldenrod que virou a bizarra “Quinhão Dourado” (embora em certas ocasiões não se decidissem entre o termo gringo ou o adaptado…). Até mesmo a Duplica, que aparece em um episódio, foi feita novamente por Letícia Quinto – embora Todd Snap não tenha tido a mesma sorte, ganhando a voz caricata de Carlos Falat (o Skeeter do Doug!). Com a demora da dublagem, o canal por assinatura optou novamente pela divisão de pacotes que fez com que os últimos episódios da temporada fossem ao ar só por volta de setembro. Enquanto na TV aberta…

Pokémon já havia sido suspenso do famigerado Eliana e Alegria ainda em dezembro de 2001. Para tranquilizar a gurizada (ou uma fatia, já não tão criança assim…) sem TV a cabo, a TV do bispo definiu que a nova safra estrearia no dia 4 de março. Blefe. Alegando que os episódios ainda não tinham sido todos dublados (de fato não estavam até setembro), a Record adiou o lançamento e a 4ª temporada só deu as caras em novembro. Porém, por pouco tempo. Sem dar nenhuma satisfação, o 4º ano foi limado da programação após uma semana de exibição. Tempos mais tarde, os episódios apareceram como tapa buraco aos fins de semana, inclusive dentro de uma sessão nada a ver apresentada pelo Chiquinho (assistente de palco da Eliana).

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A prova de que a Record realmente já não botava mais fé nos monstrinhos foi o contrato que não durou muito. Quando anos mais tarde a Rede Família (canal UHF do grupo Record) exibiu o 2º e 3º anos, o 4º já não era mais da Record. Por falar em anos mais tarde, somente em 2008 houve uma exibição decente do 4º ano na TV aberta, agora através da RedeTV!, que estreou o anime despretensiosamente e acabou arranjando uma salvação na sua grade. Mesmo assim, a 4ª temporada completa permanece inédita em cidades onde havia programação local ou simplesmente não havia RedeTV! Em fevereiro de 2013, o Tooncast (porão do Cartoon) passou a exibir a temporada, após anos reprisando as 3 primeiras.

Engraçado notarmos que até os leitores da revista Pokémon viram mais episódios dessa temporada que a Record. Foram publicadas quadrinizações dos 32 primeiros episódios até o cancelamento da revista. E a falta de vontade da Record contribuiu também para o lançamento do 4º filme…

O desespero começou ainda no final de 2001, quando a Warner (distribuidora dos pokéfilmes até então) não se manifestou sobre o lançamento da 4ª aventura cinematográfica de Ash e Pikachu. Em contra-partida, a mesma Warner garantiu o lançamento no ocidente do especial Mewtwo Returns, enquanto o SBT exibia com alvoroço suas chamadas sobre o contrato com a Warner e o 1º filme no pacote. O tempo passou, o especial realmente saiu nos States e veio pra cá.

Assim como os filmes, destinou-se a Delart do Rio de Janeiro a dublagem que chamou o filme de A Volta de Mewtwo. Porém, com o desinteresse da marca por aqui, o especial fadou-se ao esquecimento e foi lembrado somente em 2004 pela editora Planeta DeAgostini, que lançou-o em um VHS nas bancas com o nome de O Retorno de Mewtwo na capa. Quem não pôde adquirir tal raridade só conferiu em raras exibições dentro do SBT em 2006 (que estreou o filme numa madrugada!!) ou no HBO. Voltando ao Pokémon 4…

O hiato da Warner sobre o filme do Celebi só foi quebrado quando a Miramax (sócia da Buena Vista, poderosa distribuidora de filmes da Disney) anunciou a aquisição do filme para lançamento nos EUA. Depois de muita enrolação (o filme perigou ir direto pro vídeo) a Miramax lançou Pokémon 4ever, mas continuou não botando muita fé, exibindo o filme em apenas 249 salas do país. Acabou quebrando um pouco a cara, pois mesmo com o desgaste e as poucas salas, o título surpreendeu arrecadando mais de 700 mil dólares no primeiro fim de semana desbancando Tigrão: O Filme e o aclamadíssimo Spirited Away (nada mais que A Viagem de Chihiro!). Porém, no Brasil o lançamento se estendeu por uma novela muito mais longa.

A Lumiére (representante da Miramax no Brasil) não dava sinal algum sobre a vinda do filme ou qualquer interesse no mesmo. O máximo que foi dito foi que SE fosse lançado não seria naquele ano de 2002. Anos passaram realmente e só em julho de 2005, 4 anos após o lançamento no Japão, que Celebi apareceu em terra tupiniquim. Desta vez nas mãos da Europa Filmes, que apoiada pelo Cartoon Network, viu uma chance de um bom trocado em vista que a série vinha passando na Globo (quinta temporada + início da sexta). A Europa pensou grande e fez uma megacampanha para a estreia. Os trailers que passaram em todos os canais de destaque já avisavam: na compra do ingresso você levava uma cartinha do Celebi ou do Suicune (mas o ‘destaque’ mesmo era ver nosso clássico narrador de trailers dizendo um nada sonoro “Ache” ao ler “Ash” XD).

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Além disso, a Europa fez um site oficial onde você podia até baixar as versões das músicas do filme. Apesar de tanta expectativa, a empresa encontrou a decepção ao ver que o longa estreou em 8º na primeira semana e acabou sumindo, devorado pelo blockbuster Madagascar, o que contribuiu para que outros filmes comprados fossem lançados futuramente só em DVD mesmo. Aliás, o 4º filme chegou em DVD em duas versões. Uma só do filme pra locação e em seguida uma edição especial pra colecionador recheada de extras que incluíam o curta Pikachu’s Pikaboo não exibido nos cinemas e que aliás, veio sem dublagem!

Falando nela, Pokémon 4 foi levado aos estúdios da Álamo, que já havia trabalhado no 5º filme (sim! Ele veio antes! Mas isso fica pra próxima…), mantendo as vozes originais do Carvalho e do Narrador (trocadas nos filmes anteriores) e trazendo várias figurinhas carimbadas da dublagem para os figurantes. Porém, a voz do Meowth voltou a contar com Marcelo Pissardini ao invés do original Armando Tiraboschi, que não trabalhava para a Álamo. Por ironia, na TV o filme acabou sendo exibido na Rede Record em 2008, depois de passar na TV paga pelo Cinemax (que exibiu legendado uma semana antes da estreia no cinema! @_@).

Enfim, Pokémon desceu ladeira abaixo após muitos deslizes e desinteresses no Brasil. Os torneios de Game Boy que deram origem ao Desafio à Elite dos Quatro e Liga oficial Pokémon Evo foram perdendo o fôlego e pareciam que iriam acabar, mas conseguiram se manter até os dias de hoje. Nos cards, os campeonatos também se tornavam cada vez mais undergrounds, o que mesmo assim não desencorajou a Devir a continuar trazendo as cartinhas – assumidas mais tarde pela Copag. A Pokémon Club Evolution, que lutava com maestria para trazer conteúdo, até tentou motivar os fãs a encorajarem as negociações nunca concretizadas pela Conrad para a vinda do mangá Adventures (considerado pelo próprio criador da franquia como o único que transmite a real atmosfera dos jogos) – lançado muito tempo depois pela Panini. A partir de 2002, o público de Pokémon ficou restrito aos assinantes do Cartoon durante muitos anos até que se deu uma nova chance pra Ash. Falaremos disso na 5ª matéria, até lá.

Clique aqui e leia a matéria da 5ª temporada!

Checklist Episódios

160 – Uma oportunidade dourada.
161 – Tudo claro como leite.
162 – Nas ondas do rádio.
163 – O bicho vai pegar!
164 – Madeira de lei.
165 – O parque dos pokéssauros.
166 – Mantendo a tradição.
167 – Confusão no castelo.
168 – Uma questão de honra.
169 – Pela vereda tropical.
170 – Anzol, isca e pescaria.
171 – A beleza põe a mesa.
172 – Um remédio bombástico.
173 – O jogo do poder.
174 – A montanha tempestuosa.
175 – O festival dos Wobbuffets.
176 – Confronto entre imitações.
177 – A encrenca com Snubbull.
178 – Ariados, amigos.
179 – Asas à vista.
180 – Onde a grama é mais verde.
181 – A horta de amigos!
182 – Entrega especial Houndoom.
183 – Sem nenhuma chance.
184 – De fantasma pra fantasma.
185 – Chá de encrencas.
186 – Tudo que reluz é confusão!
187 – Luzes fantásticas!
188 – Insuportável.
189 – Visita ao vale do Sol.
190 – Febre de primavera.
191 – A foto legendária.
192 – As pedras roubadas!
193 – Quem espera sempre alcança.
194 – O rebelde Wobbuffet.
195 – Estou dodói!
196 – Gigantes do ringue.
197 – O poké-intérprete.
198 – Fanáticos pelo controle!
199 – A arte dos Pokémon.
200 – O inconsolável Brock.
201 – Um dia eletrizante!
202 – Reconquistando a Bayleef.
203 – Tudo chega Natu-ralmente.
204 – Um dia de balonista.
205 – Um beijo doce demais.
206 – À procura de Rhydon!
207 – Cadê os Kecleon?!
208 – A enfermeira Joy dos Pokémons de água.
209 – A Miltank.
210 – Um farol sem igual!
211 – A grande batalha!