Turma do Barulho (Urusei Yatsura)
[div coluna1]Turma do Barulho
Urusei Yatsura (Turma da Estrela Uru)
Produção: Kitty Films/Studio Pierrot, 1981
Episódios: 195 p/ tv
Criação: Rumiko Takahashi
Exibição no Japão: Tv Fuji (14/10/1981-19/03/1986)
Exibição no Brasil: TVE
Distribuição: Everest Video
Mangá: Shonen Sunday
Disponível em: VHS
Última Atualização: 21/08/2007
Por Larc Yasha
Em 1986, a Everest Vídeo do Brasil nascia com o intento de lançar no mercado brasileiro de vídeo produções japonesas que – até então – vinha disponibilizando de forma ilegal no Brasil (basicamente o dono da empresa pegava fitas de programas japoneses e colocava pra colônia alugar no bairro da Liberdade… Espertin né?). Entre os primeiros lançamentos oficiais estava um monte de filmes B (B? Tava mais pra Z de tão ruins x_x), o lendário anime Comando Dolbuck (que saiu completinho em VHS por aqui @_@ – Um milagre!) e os ícones oitentistas, Jaspion e Changeman. Graças ao sucesso dos dois últimos, a empresa investiu em outros seriados (que deram um baita retorno) mas não desistiu dos animes.
Tomando como base o sucesso que a série tinha despontado na terra do sushi, Toshihiko Egashira (dono da Everest) adquiriu os direitos de Urusei Yatsura. Timidamente, o disponibilizou em vídeo no país, por volta de 1989, em uma única fita contendo os 2 primeiros episódios. As baixas vendas (a mulecada só queria saber de Jaspion e Changeman) fez com que “Toshi” não desfrutasse do retorno que esperava ter com a série.
Abrimos um parêntese para comentar um fato: O senhor Toshihiko era um cara visionário, só que infelizmente tudo que ele via fazendo sucesso no Japão e acreditava que conseguiria emplacar aqui, não vingou. Entre as apostas estavam Doraemon e Patrine @_@. Doraemon ele não trouxe (a concorrência pegou primeiro) mas foi um fiasco só (com a Angélica cantando “super cat… super caaaaat” não podia ajudar muito XD). Já Patrine foi um projeto (queimado) no começo da década 90. Curiosamente, ele preferia a heroína ao invés do Black Kamen Rider (que só passou por causa da Glasllite – a fabricante de brinquedos!). E saibam vocês que ele quase que teve em suas mãos Dragon Ball! Mas vamos voltar pra matéria :).
Falando da Dona Rumiko
Mais conhecida por essas bandas como a autora de Inu Yasha e Ranma 1/2 , Rumiko Takahashi é uma autora de mão (e carteira XD) cheia. Nascida em 1957, a tiazinha aprendeu a desenhar mangá junto do autor Kazuo Koike (de Lobo Solitário) e em 1978, com 21 aninhos, faturou o prêmio de artista revelação do ano da editora Shogakukan.
No mesmo ano, a moça começara a desenhar nas páginas da Shonen Sunday o mangá da turma de Lum (protagonista de Urusei Yatsura). Se tornando um gigantesco sucesso (com mais de 30 milhões de cópias vendidas @_@), a autora ganhou din din rapidinho mas não ficou presa à um só título durante o auge do mesmo. Antes de entrar pra escola de desenho, a moça ralou pra passar pra uma rigorosa universidade de Tóquio.
Quando foi morar na capital, viveu experiências bem atípicas que acabou servindo de inspiração pro mangá Maison Ikokku (1984), bem pouco conhecido por aqui. Depois de Urusei Yatsura dar tudo que tinha que dar (terminou com 34 volumes e durou nove anos!!), Rumiko começara aquele que pode ser considerado o maior sucesso mundial de sua carreira até hoje: Ranma ½. Aliás, sucesso parece ser um dos sobrenomes de Rumiko. Praticamente todos os seus trabalhos feitos conseguem desfrutar disso, com diferentes níveis de intensidade, é claro.
Agora sim: A Turma do Barulho!
Tal como Ranma e Inu Yasha, a comédia e os relacionamentos conturbados entre os protagonistas são o forte da série. Rumiko parece se amarrar na fórmula e em Urusei Yatsura, ela utilizou-a pela primeira vez, conquistando o Japão. A história começa quando uma raça alienígena (os Onis) decide conquistar a Terra. Mas conforme tradições de seu planeta, a conquista não pode ser violenta e agressiva… A forma como os Onis conquistam planetas é realizando uma competição. É eleito um representante de cada planeta e tem início uma disputa. Disputa de que? PEGA-PEGA @_@!!!
Os computadores Onis elegem o safado rapazote Ataru Moroboshi como representante de nosso planetinha, e o colocam para competir com a charmosa e pouco vestida (só um simpático biquininho de tigre =P) Lum. Depois de muita confusão pela cidade de Tomobiki, Ataru contraria a “lógica perfeita” dos aliens e vence a disputa. Conforme acordo, os invasores partem, mas deixa um belo abacaxi nas mãos de Ataru: Lum! “Uai… Porquê abacaxi?” – você se pergunta? Simples: Ataru é obrigado a se casar com Lum pelas leis do povo Oni. “E daí?”. E daí que o cara tem uma namorada oficial e não resiste a um rabo de saia… Fora que Lum bota na cabeça que não sai da Terra enquanto não casar os dois! Sentiu a confusão que a coisa vai desencadear né?
O humor amalucado da série é irresistível. Os personagens que brotam no decorrer da história a torna ainda mais rica e viciante. Shinobu, a namorada do Ataru, quando fica fora do sério lança qualquer coisa com mais 1 tonelada em cima do rapaz. Shotaro é um playboy que quer ter Lum pra si. Sakurambo é um monge tampinha que surge do nada pra comer a comida dos outros O_o. Soban é um gordo beiçudo que também aparece do nada gritando que ama a Shinobu (e toma um bicão que o faz voar longe a la Equipe Rocket).
Esses são só alguns personagens humanos. Ainda tem os “amigos” da Lum que basicamente querem, ou matar ela ou Ataru. E ainda tem o gato fantasma O_O, a raposa que se tranforma em qualquer um, a princesa dos corvos que quer casar com Ataru, os pais do Ataru, os pais da Lum…
Rumiko meteu no liquidificador um monte de idéias (mitologia chinesa, japonesa, ficção, porrada, romance, sátira, etc…) que resultaram num vitaminado roteiro que conseguiu se sustentar por um bom tempo. Infelizmente, a série de tevê hoje tá desbotadinha demais pros padrões de animação que estamos acostumados a assistir. De certa forma isso inviabiliza bastante o entusiasmo de alguma distribuidora em trazer o anime pra cá (novamente). Aliás… Mesmo que tivesse o melhor traço do mundo, só a roupitcha que a Lum usa, já descarta qualquer possibilidade disso sair no Brasil =P. Iriam ter que por muita roupa digital na gatinha XD.
E quando diabos isso passou no Brasil @_@?
Se você ficou com vontade de assistir ao anime ou ler o mangá, basta procura-los pela net. O anime foi um dos primeiros traduzidos por fansubbers na época das fitas VHS e pode ser relativamente difícil de acha-lo. Se preferir, cate o mangá ou o anime lançado nos EUA. Saiu praticamente tudo!
Em 1990 o programa Imagens do Japão, transmitido pela TVE, exibiu um especial em vista do aniversário da imigração japonesa que se comemorava. Dentro desse especial foram exibidos durante 4 domingos os animes Lensman (disponível em Dvd como Poder Cristal) e… A Turma do Barulho! POUQUÍSSIMAS pessoas ficaram sabendo disso e na época, o que tava na moda eram os tokusatsus. Até onde se sabe o anime só foi exibido nessa única vez.
A única fita VHS lançado no país a quase 20 anos, é um objeto tão raro de ser encontrado quanto um evento sem pirataria no Brasil. Se por acaso você estiver passeando por sebos e ver isso, COMPRE pelo valor que estiver sendo cobrado, pois é um dos “top of the tops” dos animes perdidos em VHS. Descobrimos através de um colecionador que possui tal artefato algumas infos sobre a fita. A dublagem ficou a cargo do desconhecido estúdio Pré-Estréia (SP) que além da Turma, também dublou o clássico Vampire Hunter D (também lançado em VHS pela Everest). No elenco, a dubladora Cecília Lemes (Lucy de Rayearth) fez a voz da Lum e o dublador do Ryu em Street Fighter II V (Orlando Vigiani) fez o Ataru. Já o pai da Lum, foi dublado pelo lendário dublador do Seu Barriga (que também fez o Buba dos Changeman), Mário Vilela.
A fita trouxe os 2 primeiros episódios. Entretanto, a forma como eles foram editados dava a impressão de que eram 4 episódios na fita. Fora isso, ainda tinha uma classificação indicativa na capa para “inadequado para menores de 14 anos” @_@. O que significa isso? Devem ter tentado empurrar o anime como Hentai (vai ver por conta do sucesso das fitas de Creamy Lemon/Sonhos Molhados da Everest na mesma época).
Urusei Yatsura/Turma do Barulho é mais um dos muitos animes perdidos que passaram na tevê brasileira ou chegaram de forma quase que oculta às locadoras. Aguardem mais matérias sobre clássicos no JBOX.
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